SÃO PAULO – O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-ministro José Dirceu, presos no âmbito da Operação Lava Jato, sugeriram a correligionários que o PT faça um acordo de “leniência partidária”, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
A proposta seguiria o modelo de leniência feito por empresas, em que assumem crimes e são condenadas a pagar multas. Em troca, mantêm a possibilidade de fazer contratos com o governo e seus executivos podem aderir ao acordo, ter diminuição de pena ou até perdão judicial. Segundo fontes ouvidas pelo jornal, a ideia é de Dirceu e a proposta já teria sido apresentada a pelo menos dois deputados petistas. ““Não sei se foi o Dirceu que pensou nisso, mas ele defende. Pensamos nessa possibilidade e em outras. A ideia é passar uma régua na história do PT, assumir a culpa e fazer com que isso se reflita nas pessoas físicas”, disse Roberto Podval, advogado do ex-ministro na Lava Jato, à ‘Folha de S. Paulo’.
A proposta, ainda incipiente, teria o objetivo de incluir não só o PT, mas todas as siglas comprometidas na Lava Jato. A negociação seria comandada pela presidência de cada sigla, com a elaboração de um relatório com informações reveladas aos procuradores, inclusive com fatos relatados por Dirceu e Vaccari. Em troca de pagar multas e assumir os erros, os políticos envolvidos nos crimes receberiam benefício, como redução de penas. Porém, o acordo não é consenso nem entre petistas, ressalta o jornal.