Desistência de Huck, ministro de Bolsonaro e Alckmin presidente do PSDB: o radar político desta segunda

Entre os destaques ainda ficaram as novas declarações de Rodrigo Maia sobre a Previdência e rumores sobre um substituto para Henrique Meirelles

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Desde as primeiras horas do dia o noticiário político nacional foi bastante movimentado com a confirmação da desistência do apresentador Luciano Huck na corrida pela presidencial de 2018. Entre outros destaques, o governador Geraldo Alckmin deve ser o candidato único à presidência do PSDB, enquanto Rodrigo Maia voltou a falar sobre a reforma da Previdência.

Confira os destaques políticos desta segunda-feira (27): 

Luciano Huck desiste da presidência
Cotado como um dos presidenciáveis para 2018, o apresentador de TV Luciano Huck anunciou nesta segunda-feira que não disputará o pleito do ano que vem em artigo para o jornal Folha de S. Paulo. 

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“Com a mesma certeza de que neste momento não vou pleitear espaço nesta eleição para a Presidência da República, quero registrar que vou continuar, modesta e firmemente, tentando contribuir de maneira ativa para melhorar o país”, afirmou Huck. Na conclusão do seu artigo, ele afirma: “contem comigo. Mas não como candidato a presidente”.

Ele afirma que, como Ulisses em Odisseia, esteve “amarrado” nos últimos meses “ao mastro, tentando escapar da sedução das sereias, cantando a pulmões plenos e por todos os lados, inclusive dentro de mim”. De acordo com ele, a sua família e seus amigos são unânimes: “é fundamental o movimento de sair da proteção e do conforto das selfies no Instagram para somar forças na necessária renovação política brasileira. Mas daí a postular a candidatura a presidente da República há uma distância maior que os oceanos da jornada de Ulisses”.

Huck aponta ainda: “quem se interessa pelo que sou e faço pode acreditar: vou atuar cada vez mais, sempre de acordo com minhas crenças, em especial com a fé enorme que tenho neste país”.

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A primeira notícia de que o apresentador não iria disputar à presidência foi publicada na última quinta-feira, dia em que o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma manchete mostrando alta na aprovação do apresentador, para 60%.  Se, por um lado, ele teria um grande desejo de participar da vida política do país, por outro pesaria o fato de ter muito a perder caso se lance candidato, que prejudicaria seu programa na Globo e seus contratos publicitários.

Ministro da Fazenda de Bolsonaro
O pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro afirmou, durante evento realizado pela revista Veja, que está em fase de “namoro” nas conversas com o economista Paulo Guedes para integrar o Ministério da Fazenda em seu governo, caso seja presidente.

“Eu busquei quem foi crítico de planos econômicos, plano Cruzado, plano Real com a ressalva da questão fiscal, foi convidado a participar do governo do PT e recusou. Não existe ainda um noivado ainda, é só um namoro. É o Paulo Guedes”, afirmou ele durante o fórum. 

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Paulo Guedes é economista com Ph.D pela Universidade de Chicago (EUA). É fundador e sócio majoritário do grupo financeiro BR Investimentos e um dos quatro fundadores do Banco Pactual. Ele é um dos fundadores do Instituto Millenium.

Clique aqui e veja quem é Paulo Guedes

Geraldo Alckmin na presidência do PSDB?
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu acumular a presidência do PSDB com a candidatura à presidência da República como forma de evitar o aprofundamento do racha no partido e conquistar apoios de outros partidos para sua provável candidatura, afirmou o portal G1 nesta tarde.

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O movimento ocorreu após o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo, desistirem de suas candidaturas para se unirem em uma chapa única. A decisão deve ser oficializada em jantar do partido que será realizado hoje no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

A Folha complementa que Alckmin quer uma conversa conjunta com os dois para “aparar arestas”. A candidatura do governador é vista como a única saída para unificação do partido, que passa por um forte racha de suas lideranças em relação ao apoio ao presidente Michel Temer.

Doria diz que não é candidato
Depois de Luciano Huck anunciar que não disputará a presidência no ano que vem, João Doria afirmou em evento realizado nesta segunda-feira (27) pela revista Veja que nunca galgou à presidência no ano que vem: “eu nunca me apresentei como candidato”, afirmou o prefeito de São Paulo.

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“O Brasil precisa de uma candidatura de centro, precisa de alguém que defenda o estado liberal, que diga que privatização é bom, que rende empregos. Eu vou apoiar essa corrente, como prefeito da maior cidade brasileira, para defender o Brasil, e é isso que eu pretendo fazer”, afirmou Doria, que irá se manifestar oficialmente sobre sua decisão em 9 de dezembro, quando ocorrerá a convenção nacional do PSDB.

Sobre ser citado nas pesquisas de intenção de voto, o prefeito de São Paulo afirmou que não foi ele quem colocou seu nome nas sondagens eleitorais, como negou sua intenção de enfrentar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à pré-candidatura do PSDB para presidente em 2018: “tenho muito respeito pelo governador. Não há a menor hipótese de ir contra ele, nem de criar qualquer linha de fissura com relação a isso”, revelou.

Substituto de Meirelles
A possibilidade de que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, decida mesmo disputar a presidência, está levando o Congresso a discutir a sua sucessão no cargo, segundo informa a coluna Painel, da Folha de S. Paulo. 

Segundo o jornal, líderes do governo fizeram chegar ao Planalto que o nome do secretário-executivo da pasta, Eduardo Guardia, não é bem-visto. Parlamentares começaram a defender que o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, seja alçado ao posto. 

Meirelles tem buscado despistar se vai ser mesmo candidato à presidência. Em evento na semana passada, ele afirmou que está totalmente concentrado em seu trabalho no governo e ressaltou que cumprirá suas funções até o final do primeiro  trimestre do ano que vem – quem for disputar as eleições terá de deixar o governo até abril. “A partir daí, vamos olhar a situação e tomar uma decisão”, afirmou.

“Se eu serei candidato em 2018, importante agora é que Brasil cresça ano que vem”, disse ele. “Estou totalmente concentrado no meu trabalho como ministro da Fazenda”.

Moro fala sobre eleições
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato na primeira instância, afirmou que concorrer a algum cargo eletivo colocaria em xeque toda a sua atuação na operação. “Uma candidatura minha seria inapropriada, neste momento e no futuro”, disse ele, em evento promovido pela revista Veja em São Paulo nesta segunda-feira (27).

O juiz afirmou que o Brasil precisa de “governo de lei” e que “postular qualquer espécie de cargo político poderia colocar em dúvida tudo o que eu fiz”. 

Ele afirmou ainda ter sido alvo de “ataques sujos” durante a condução dos casos da Lava Jato e atribui isto ao fato da operação envolver pessoas ligadas à política. “Um lado negativo que eu realmente não esperava foram alguns ataques sujos, por conta desses casos envolverem pessoas da política”. 

O juiz ainda defendeu que sejam feitas reformas que diminuam a possibilidade da utilização da máquina pública para corrupção, mas apontou que há uma falta de disposição da classe política em realizar essas mudanças.

Moro ainda se esquivou de comentar sobre se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será preso. Ele se limitou a dizer que o caso em que condenou Lula tramita agora na segunda instância, junto ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.

Alento de Maia

Em evento promovido pela revista Veja nesta segunda-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que tentará pautar a reforma da Previdência, mas que ainda não há os 308 votos necessários para aprovação. Segundo ele, a situação hoje é melhor do que há três semanas, afirmando que muitos líderes partidários que eram “radicalmente contra” o texto passaram a apoiar: “vamos tentar votar sim, estamos trabalhando para isso, contar votos. Ela é urgente. Poderia ficar para fevereiro, mas tem carnaval no meio, não é um calendário simples de organizar”, afirmou.

Com o novo texto da reforma da Previdência oficialmente apresentado na semana passada, que deve gerar uma economia de R$ 480 bilhões para os cofres públicos em dez anos, ou seja, 60% da proposta original, Temer (e o mercado) conta os votos para a aprovação da reforma na Câmara. Segundo as últimas contas da base aliada, o governo conta atualmente com 250 votos e usará as próximas duas semanas para tentar alcançar de 70 a 80 novos apoios, para conseguir com folga os 308 congressistas necessários para aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) na Câmara.

Além disso, segundo informações do G1, Temer está trabalhando com a base aliada para aceitar a troca do tucano Antonio Imbassahy na Secretaria de Governo para depois da votação em primeiro turno da reforma da previdência na Câmara, prevista para o dia 6 de dezembro, dando mais uma prova do governo que está empenhado para correr com a reforma ministerial, considerada chave para a aprovação da reforma da Previdência.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.