De Pablo Marçal a João Campos: 8 personagens das eleições de 2024

Apesar do clima de polarização cristalizada na cena política nacional, as realidades locais se impuseram na maioria dos casos e foram determinantes na escolha dos eleitores. Veja quem se destacou nas eleições 2024

Marcos Mortari Fábio Matos

8 personagens que marcaram o primeiro turno das eleições municipais de 2024
8 personagens que marcaram o primeiro turno das eleições municipais de 2024

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O primeiro turno das eleições municipais de 2024 levou, no último domingo (6), mais de 120 milhões de brasileiros às urnas para escolherem uma chapa de prefeito e vice-prefeito em suas cidades e vereadores nas respectivas Câmaras Municipais. O pleito marcou uma elevada taxa de reeleição de incumbentes — número que ainda pode subir, dependendo dos resultados do segundo turno daqui a 3 semanas.

Apesar do clima de polarização cristalizada na cena política nacional, como diversos especialistas já cansaram de apontar, as realidades locais se impuseram na maioria dos casos e foram determinantes na escolha dos eleitores − gerando, assim, uma variedade de perfis entre os protagonistas do pleito.

Uns, como Eduardo Paes (PSD), Bruno Reis (União Brasil) e João Campos (PSB), respectivamente, prefeitos do Rio, de Salvador e do Recife, confirmaram o favoritismo indicado pelos elevados índices de aprovação de suas gestões e conquistaram direito de um novo mandato em primeiro turno.

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Outros, como Dr. Pessoa (PRD), prefeito de Teresina, Rogério Cruz (Solidariedade), de Goiânia, e Edmilson Rodrigues (PSOL), de Belém, fugiram completamente da tendência e sequer foram ao segundo turno, apesar de um contexto geral favorável a incumbentes que tentavam a recondução.

No maior colégio eleitoral do País, São Paulo (SP), com 9.322.444 eleitores aptos a votar, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que foi ao segundo turno, tinha tudo para ser o protagonista do pleito. Com a máquina da cidade na mão e um sólido arco de alianças envolvendo 11 partidos, ele garantiu um latifúndio (65% do tempo total) no horário de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, além de múltiplas inserções na programação desses meios.

O prefeito da capital paulista é o retrato do establishment nessas eleições municipais e no que há de mais conhecido dentro da estratégia de fazer campanha e garantir o controle dos termos do debate eleitoral. Nunes contou com endosso tímido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha, mas de decisivo suporte do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que emprestou capital político nos momentos mais delicados.

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Apesar de toda a estrutura formada em torno da candidatura de Nunes, foi um “outsider” quem pautou o debate das eleições para a prefeitura de São Paulo: o influenciador e empresário Pablo Marçal (PRTB).

Filiado a um partido nanico, que não lhe garantiu recursos do fundo eleitoral nem sequer o direito à veiculação de propaganda no rádio e na televisão, o candidato precisou apostar em sua força nas redes sociais para atrair o interesse do eleitor. Nos debates, roubou a cena com um tom agressivo e provocações que tiraram os adversários do sério − em um desses confrontos, inclusive, foi agredido pelo candidato José Luiz Datena (PSDB) por uma cadeirada em programa promovido pela TV Cultura. Terminou em terceiro lugar, fora do segundo turno.

Mas numa eleição em que a taxa de recondução de prefeitos já em exercício talvez o caso de Sebastião Melo (MDB), que comanda Porto Alegre (RS), seja o caso mais emblemático. Com a capital gaúcha embaixo d’água e o caos enfrentado pelos moradores menos de seis meses atrás, poucos imaginariam que o prefeito chegaria ao dia da eleição com boas chances de vitória. Ele não ganhou a eleição no primeiro turno por um triz, terminando com 49,72% dos votos válidos, e disputará a rodada final com Maria do Rosário (PT) com amplo favoritismo.

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Veja a trajetória de cada um desses personagens selecionados das eleições 2024:

Pablo Marçal

Para além do resultado das urnas, a eleição na maior cidade do Brasil teve como grande protagonista o empresário e influenciador Pablo Marçal, candidato do nanico PRTB. Desde que se colocou na disputa pela prefeitura da capital, ele abalou as estruturas do establishment político, dividiu o eleitorado bolsonarista na cidade e pautou o debate, sobretudo nas redes sociais. Marçal foi o centro das atenções do início ao fim.

Na largada da eleição em São Paulo, o candidato do PRTB pontuava entre 7% e 9% das intenções de voto, e não demorou para que esses números crescessem exponencialmente, catapultando o ex-coach às primeiras colocações nas pesquisas, posição que manteve durante praticamente toda a campanha, dividindo a ponta com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

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Sem direito de participar do horário eleitoral no primeiro turno — seu partido não tem nenhum representante no Congresso Nacional, exigência para que as candidaturas tenham acesso ao tempo de TV –, Marçal sofreu um duro revés na fase inicial da campanha. Em agosto, o candidato teve seus perfis oficiais suspensos nas redes sociais pela Justiça Eleitoral, que acolheu uma ação apresentada por Tabata Amaral (PSB). Foram autorizadas, no entanto, contas “alternativas”.

A adversária acusou o influenciador de remunerar usuários que publicassem “cortes” de vídeos de Marçal nas redes, para que esses conteúdos virilizassem. Antes do início da campanha, o candidato contava com 10 milhões de seguidores apenas em seu perfil no Instagram.

O comportamento agressivo de Pablo Marçal durante os debates foi outra marca do primeiro turno da eleição paulistana. Desde o primeiro encontro na TV, o candidato do PRTB não economizou nas ofensas aos adversários, aos quais se referia por meio de apelidos jocosos: “Boules”, “Chatabata”, Dapena” e “Bananinha” foram os mais utilizados contra Guilherme Boulos, Tabata Amaral, José Luiz Datena e Ricardo Nunes.

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Marçal também protagonizou o episódio mais polêmico da campanha. No dia 15 de setembro, em pleno debate da TV Cultura, Datena perdeu a paciência e deu uma cadeirada no adversário, sendo expulso do programa. O empresário e influenciador havia acusado o tucano de assediar sexualmente uma ex-funcionária da TV Bandeirantes — o caso foi arquivado pelo Ministério Público.

Uma semana depois, no dia 23, Nahuel Medina, cinegrafista e sócio de Marçal, agrediu o marqueteiro de Ricardo Nunes, Duda Lima, com um soco no rosto, poucos segundos depois da expulsão do candidato do PRTB do debate promovido pelo Grupo Flow, por violar as regras do programa.

Com sua postura disruptiva e um discurso “antissistema” que remonta à eleição vitoriosa de Jair Bolsonaro em 2018, Pablo Marçal conquistou uma legião de fãs – e de eleitores – que apoiam o ex-presidente, mas também acumulou detratores e uma das maiores rejeições da eleição. O candidato do PRTB trocou farpas com o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e foi criticado pelo próprio Bolsonaro, que declarou apoio a Nunes. Contudo, o “estrago” já estava feito e, como indicam as pesquisas, grande parte do eleitorado bolsonarista de São Paulo “fez o M” nas urnas.

As polêmicas chegaram até o último dia da campanha, quando, na noite de sexta-feira (4), Marçal divulgou em suas redes sociais um laudo comprovadamente falso que diz que Boulos teria tido uma crise psicótica e ingressado em uma clínica, onde teria testado positivo para cocaína em exame toxicológico.

Ricardo Nunes

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), assumiu o cargo após a morte de Bruno Covas (PSDB), em maio de 2021, e teve dificuldades para deixar uma “marca” em sua gestão à frente da maior cidade do país. A despeito disso, o emedebista costurou o mais amplo arco de alianças para a disputa municipal, com 11 partidos, o que lhe deu o maior tempo de propaganda na TV e no rádio. Foram 6 minutos e 30 segundos em cada bloco de 10 minutos no horário eleitoral, além de 27 minutos e 20 segundos distribuídos em uma série de inserções durante a programação das emissoras. Com a máquina da prefeitura nas mãos e o apoio do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Nunes despontava como favorito à reeleição.

O prefeito não contava, no entanto, com a consolidação da candidatura de Pablo Marçal, que começou a roubar boa parte dos votos do eleitorado identificado com o bolsonarismo na cidade. Apesar do apoio formal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Nunes nunca foi considerado um legítimo representante desse grupo político. Ao contrário de Tarcísio, que mergulhou na campanha do prefeito e se tornou seu principal cabo eleitoral, Bolsonaro preferiu se manter a uma distância segura, pedindo voto em Nunes, mas sem participar mais ativamente da eleição paulistana. Foi uma ausência que chamou atenção.

Foi contra Marçal, especialmente após o episódio da agressão do assessor do candidato do PRTB ao marqueteiro de Nunes, que o prefeito teve os embates mais ríspidos durante a campanha – embora, em tese, seu maior alvo e potencial adversário fosse Guilherme Boulos. Além de defender seu legado à frente da prefeitura, Nunes se viu obrigado a responder aos ataques de Marçal e a tentar desconstruir o rival, sob pena de perder apoio entre eleitores de Bolsonaro e Tarcísio.

Personificando a figura do político tradicional, uma espécie de “símbolo” das eleições municipais de 2024 no Brasil, Nunes foi a antítese do que significava o próprio Pablo Marçal – o que, especialmente na reta final do pleito em São Paulo, pode ter sido o seu calcanhar de Aquiles. Com grande estrutura para a campanha, tempo de TV e uma rede de apoio sólida, o prefeito vestiu o figurino de representante clássico do “sistema” e, talvez exatamente por isso, tenha sofrido mais do que esperava na acirrada briga por votos com o “outsider” Marçal.

Tarcísio de Freitas

Se alguém ainda subestimava o poder de influência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sobre o tabuleiro político do país, as eleições municipais deste ano dirimiram qualquer dúvida nesse sentido. Afilhado político de Jair Bolsonaro, de quem foi ministro antes de disputar e conquistar o governo paulista, Tarcísio mergulhou de cabeça na campanha pela reeleição do prefeito Ricardo Nunes – ao contrário de seu mentor, que se afastou.

Tarcísio foi a maior estrela da propaganda de Nunes e teve sua imagem utilizada à exaustão, principalmente no início do horário eleitoral – ao governador, foi atribuído o crescimento do prefeito nas pesquisas naquele momento, o que parecia um presságio de uma campanha vitoriosa.

Em uma estratégia arriscada e arrojada, Tarcísio “bancou” a candidatura Nunes e emprestou seu capital político para tentar viabilizar o prefeito na disputa contra Guilherme Boulos e Pablo Marçal. Mesmo quando Nunes perdeu força, nos dias derradeiros de campanha, Tarcísio manteve apoio firme e chegou até a pedir o engajamento pessoal de Bolsonaro na reta final do primeiro turno, o que não ocorreu.

Seja como candidato natural ao segundo mandato como governador ou potencial nome para disputar a Presidência da República em 2026, Tarcísio sabia da importância da eleição na capital de São Paulo para seus planos futuros. No código de conduta da política brasileira, o governador ganhou pontos e consolidou a imagem de aliado leal e cumpridor de acordos, nos bons e nos maus momentos. 

Eduardo Paes

Apontado até mesmo por adversários como um dos políticos mais habilidosos do país, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), assegurou, já no primeiro turno, seu quarto mandato à frente da capital fluminense – o segundo consecutivo. Ele já havia governado o Rio por dois períodos, entre 2009 e 2017, invariavelmente com uma avaliação muito positiva sobre sua gestão.

Eleito em 2020, ainda pelo DEM (que se fundiu com o PSL e deu origem ao União Brasil), Paes migrou para o PSD em 2021 e, desde então, organizou a legenda no Rio ao seu feitio. O prefeito justificou a fama de hábil ao formar a maior coligação da eleição, com o apoio de 12 partidos e um verdadeiro “latifúndio” no tempo de propaganda na TV e no rádio.

Na campanha de 2024, Paes contou mais uma vez com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem é aliado próximo desde seu primeiro mandato na prefeitura. Com elevados índices de aprovação, que sempre se mantiveram em patamar superior a 50%, Paes liderou com folga a corrida eleitoral, do início ao fim, não abrindo espaço para seus adversários impedirem a reeleição.

Nas últimas semanas antes do primeiro turno, à medida que os eleitores passaram a associar o nome do candidato do PL, Alexandre Ramagem, ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o prefeito do Rio viu sua vantagem na liderança cair e a rejeição aumentar – mas nada que ameaçasse uma vitória já esperada. Entre julho e outubro, segundo o Datafolha, Ramagem saltou de 7% para 22% das intenções de voto, enquanto Paes se manteve entre 53% e 54%. O prefeito chegou a bater nos 59% em meados de setembro.

Após mais uma eleição vitoriosa no Rio, o caminho natural de Eduardo Paes parece ser uma nova investida pelo governo do estado, em 2026 – disputou o cargo duas vezes, em 2006 e 2018, mas foi derrotado em ambas. O vice-prefeito eleito, Eduardo Cavaliere (PSD), foi escolhido pessoalmente por Paes e é fiel escudeiro do prefeito, que o considera apto a assumir o governo municipal caso o titular deixe o posto daqui a dois anos.

João Campos

Filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (1965-2014), o prefeito do Recife (PE), João Campos (PSB), confirmou todos os prognósticos e foi reeleito para o segundo mandato já no primeiro turno, com imensa vantagem sobre os adversários.

Desde o ano passado, bem antes do início da campanha eleitoral na capital pernambucana, a avassaladora aprovação da atual gestão e a liderança em todos os levantamentos de intenção de voto se consolidaram, mês após mês, pesquisa após pesquisa, cravando a certeza de que não havia outro desfecho possível para o pleito.

João Campos, que sempre figurou na lista dos prefeitos mais bem avaliados do país, se manteve no patamar entre 70% e 80% das intenções de voto durante a campanha. Aos 30 anos, o jovem político teve forte presença nas redes sociais, gravando vídeos em tom informal e descontraído, com uma linguagem voltada ao público jovem e até “dancinhas” no TikTok.

Com uma vitória dessa magnitude, João Campos se firma como figura política de dimensão nacional e parece seguir os passos do pai – acompanhado também pelo presidente Lula, que o apoiou na eleição deste ano. Em 2026, seu nome é dado como certo na disputa pelo governo do estado, na qual pode ter como adversárias a atual governadora, Raquel Lyra (PSDB), e a ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), sua prima, contra quem concorreu na eleição de 2020 no Recife.

Sebastião Melo

No auge da tragédia climática que assolou o Rio Grande do Sul, entre abril e maio deste ano, devastando centenas de municípios e deixando um rastro de destruição e mortes, parecia difícil imaginar que o prefeito de Porto Alegre (RS), Sebastião Melo (MDB), teria forças para colocar de pé uma candidatura competitiva à reeleição.

Apesar das fortes críticas direcionadas à gestão municipal, especialmente no que diz respeito à falta de medidas de prevenção e combate às enchentes, o prefeito da capital gaúcha demonstrou resiliência e liderou a corrida eleitoral no primeiro turno, concorrendo contra Maria do Rosário (PT) e Juliana Brizola (PDT) – apoiadas, respectivamente, pelo presidente Lula e pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

Melo contrariou as projeções mais pessimistas e ressaltou as ações levadas a cabo pela prefeitura no enfrentamento das chuvas do primeiro semestre. Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o emedebista fugiu do debate nacional e focou sua campanha nos problemas locais. Melo se beneficiou, por fim, dos elevados índices de rejeição das duas principais adversárias, se consolidando como franco favorito em uma capital que não costuma reeleger prefeitos facilmente.

Bruno Reis

Em Salvador, o favoritismo do prefeito Bruno Reis (União Brasil) se confirmou. Apoiado pelo ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), de quem foi vice por dois mandatos (2013 a 2020), o político de 47 anos se manteve à frente da disputa pelo comando da capital baiana desde o início da campanha.

Com um governo bem avaliado pela maioria da população soteropolitana, Bruno Reis desbancou as candidaturas de Kleber Rosa (PSOL), segundo colocado, e Geraldo Júnior (MDB), que contou com o apoio de Lula e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e liquidou a fatura já no primeiro turno, com larga vantagem sobre os adversários. Nem mesmo sua ausência no último debate antes do pleito, exibido pela TV Globo na última quinta-feira (3), o prejudicou.

A reeleição do prefeito de Salvador tem ainda mais peso por se tratar da Bahia, quarto maior colégio eleitoral do país e estado governado pelo PT desde 2007 (por cinco mandatos consecutivos). Com o novo triunfo eleitoral, Reis se credencia como possível candidato ao governo do estado, ao lado do próprio padrinho político, ACM Neto, derrotado por Jerônimo em 2022.  

Edmilson Rodrigues

Único prefeito de capital do PSOL, Edmilson Rodrigues está em seu terceiro mandato em Belém (PA) – ele já havia governado a cidade entre 1997 e 2004. A atual gestão, no entanto, foi marcada por uma avalanche de problemas, que resultaram na péssima avaliação do governo por parte da população.

De acordo com pesquisa da Quaest divulgada em 21 de setembro, o índice de rejeição de Edmilson era de espantosos 74%, o que fez do prefeito de Belém um candidato eleitoralmente inviável. O principal problema enfrentado pela atual administração foi a chamada “crise do lixo”, com um verdadeiro colapso na coleta e destinação, além de constantes paralisações da empresa responsável pelos serviços.

Durante a campanha, Edmilson até tentou capitalizar a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, programada para novembro do ano que vem, mas não obteve sucesso. O acúmulo de lixo nas ruas da cidade e o descaso com o meio ambiente jogaram contra o prefeito também no tema da sustentabilidade.

Apesar do apoio de Lula, Edmilson não se viabilizou e ficou distante dos dois primeiros colocados na eleição: o deputado estadual Igor Normando (MDB), apoiado pelo governador Helder Barbalho (MDB) e pelo ministro das Cidades, Jader Filho (MDB); e o deputado federal Delegado Éder Mauro (PL), o candidato de Jair Bolsonaro. Ao fim e ao cabo, o prefeito sai das urnas integrando a estatística minoritária dos incumbentes que não se reelegeram nem sequer foram ao segundo turno.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.