Da suspensão à retomada: relembre como foram os 40 dias sem Twitter/X no Brasil

O bloqueio foi determinado no dia 30 de agosto, após a empresa fechar seu escritório do Brasil e deixar de ter um representante legal no país, condição obrigatória para funcionar; veja a cronologia e os principais fatos

Equipe InfoMoney

Logo da rede social X exibida em celular com reflexo do prédio do STF em Brasília, em imagem ilustrativa
30/08/2024
REUTERS/Ueslei Marcelino
Logo da rede social X exibida em celular com reflexo do prédio do STF em Brasília, em imagem ilustrativa 30/08/2024 REUTERS/Ueslei Marcelino

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, na terça-feira (8), o desbloqueio da rede social X (antigo Twitter) no Brasil.

O magistrado seguiu a recomendação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que se manifestou pela liberação da rede. “Decreto o término da suspensão e autorizo o imediato retorno das atividades do x Brasil internet ltda. em território nacional e determino à Anatel que adote as providências necessárias para efetivação da medida, comunicando-se esta Suprema Corte, no prazo de 24 horas”, anotou Moraes em sua decisão.

Com a decisão, a plataforma deve voltar a funcionar completamente em todo o país em até 24 horas. O bloqueio durou cerca de 40 dias – foram 39 dias até a decisão de Moraes pela liberação, mas a plataforma ainda não estava ativa na manhã desta quarta-feira (9).

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O efetivo desbloqueio do X só será efetuado depois que a Anatel entrar em contato com as mais de 20 mil operadoras de internet do país e solicitar que elas liberem o acesso à plataforma.

O bloqueio foi determinado no dia 30 de agosto, após a empresa fechar seu escritório do Brasil e deixar de ter um representante legal no país, condição obrigatória para qualquer companhia funcionar em território brasileiro.

O bilionário Elon Musk, dono da rede social, anunciou o fechamento da sede da empresa no Brasil após a rede ser multada por se recusar a cumprir a determinação de retirar do ar perfis de investigados pela Corte pela publicação de mensagens consideradas antidemocráticas.

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No entanto, a representação foi reativada nas últimas semanas, e a advogada Rachel Villa Nova voltou a ser a representante legal da rede. Com a reabertura da representação e o pagamento de multas que somam R$ 28,6 milhões, o X pediu ao ministro para voltar ao ar.

Veja a cronologia dos 40 dias sem Twitter/X no Brasil:

15/8: Moraes aumenta de R$ 50 mil para R$ 200 mil a multa diária aplicada contra o X  por descumprimento da decisão que determinou o bloqueio de postagens do senador Marcos do Val (PL-ES) e de outros investigados.

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17/8: X fecha seu escritório no Brasil e retira representação legal. No entanto, a rede continua no ar.

28/8: Moraes dá 24 horas para o bilionário Elon Musk, dono da rede social, indicar representante legal no Brasil.

29/8: O ministro determina o bloqueio das contas da Starlink, empresa de internet via satélite que também pertence a Musk, para garantir o pagamento das multas contra o X.

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30/8: Alexandre de Moraes determina a suspensão da rede social X no Brasil e dá 24 horas para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) cumprir a medida. O ministro também determina a aplicação de multa diária de R$ 50 mil para pessoas físicas e jurídicas que utilizarem uma VPN (Virtual Private Network) para burlar a suspensão.

31/8: O bloqueio é efetivado por todas as operações de internet.

2/9: A Starlink recorre da decisão que determinou o bloqueio das contas bancárias da empresa.

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13/9: Moraes determina a transferência de R$ 18,3 milhões que foram bloqueados nas contas da Starlink e da rede social X para a União. A medida serviu para garantir o pagamento das multas.

18/9: X realiza atualização na hospedagem da rede social e passa a permitir o acesso de usuários à plataforma. O X trocou o endereço eletrônico que foi bloqueado e passou a hospedá-lo nos servidores da Cloudflare, empresa norte-americana especializada na segurança de sites.

19/9: Moraes multa o X em R$ 10 milhões por permitir o acesso pelo Cloudflare.

19/9: X informa ao STF que pretende reativar representação legal no Brasil, e Moraes dá 24 horas para a empresa comprovar a medida e entregar documentos.

20/9: A rede social cumpre o prazo e indica Rachel de Oliveira Villa Nova para atuar como representante legal da empresa no país e entrega parte dos documentos.

21/9: Moraes pede novos documentos. Para o ministro, a entrega não foi devidamente cumprida e solicita cópia das procurações societárias originais outorgadas pela rede social à advogada e da ficha de breve relato expedida pela Junta Comercial de São Paulo.

26/9: Os advogados do X apresentam os documentos solicitados e pedem o desbloqueio da plataforma.

27/9: O ministro nega o desbloqueio e faz novas determinações. Moraes pede que a empresa pague a multa de R$ 10 milhões pelo uso do Cloudflare. Além disso, determina que a advogada Rachel Villa Nova pague multa de R$ 300 mil.

1°/10: X informa ao Supremo que vai pagar todas multas aplicadas contra a plataforma, que somam R$ 28,6 milhões.

4/10: A rede social paga a multa e volta a pedir o desbloqueio.

4/10: Moraes diz que a multa foi depositada na conta errada e pede regularização. O valor foi parar em uma conta da Caixa, mas deveria ter sido enviada para uma conta judicial no Banco do Brasil.

7/10: A multa de R$ 28,6 milhões é transferida para a conta correta do Banco do Brasil. Moraes pede parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir sobre o desbloqueio da plataforma.

8/10: PGR envia ao Supremo parecer favorável ao desbloqueio.

8/10: Moraes determina desbloqueio do X e dá prazo de 24 horas para a Anatel cumprir a medida.

(Com Agência Brasil)