Publicidade
SÃO PAULO – O grupo de brasileiros favoráveis a uma agenda de desestatizações chegou a 39%, segundo a mais recente edição da pesquisa XP/Ipespe, realizada entre 9 e 11 de outubro. O resultado representa um salto de 6 pontos percentuais em relação à fotografia de julho, mas ainda indica uma minoria.
O grupo contrário a essa agenda oscilou negativamente de 58% para 55% no período analisado, mas mantém a dianteira. Já os que não responderam ao questionamento foram de 8% para 6% no mesmo intervalo.
O levantamento ouviu 1.000 eleitores de todas as regiões do país, por meio de entrevistas telefônicas realizadas por operadores. A margem máxima de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
A pauta das privatizações é apontada como uma das prioridades do governo Jair Bolsonaro (PSL) na seara econômica.
No primeiro ano de gestão, já foram arrecadados cerca de US$ 23,5 bilhões com vendas da participação da União em empresas estatais — montante superior à meta estabelecida pelo governo para o período, de US$ 20 bilhões.
Nas palavras do ministro da Economia, Paulo Guedes, este seria apenas o aquecimento para o que está por vir. Um dos protagonistas da agenda, o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, tem defendido a aplicação de uma espécie de fast track aos processos de privatizações considerados menos polêmicos.
Continua depois da publicidade
Pelos cálculos do secretário, hoje a União detém 637 participações diretas ou indiretas em empresas. O levantamento contempla companhias diretamente controladas pelo governo subsidiárias, coligadas ou participações sem poder de decisão.
A lista de privatizações do governo conta com 17 estatais. Muitas delas precisam do aval do Congresso Nacional — caso da Casa da Moeda, os Correios e a Eletrobras. Processos mais polêmicos, como da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil ou da Petrobras devem ficar de fora.
Alinhamento
A pesquisa XP/Ipespe também ouviu a opinião dos entrevistados sobre o alinhamento entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes.
Continua depois da publicidade
Para 19%, a dupla tem “muita sintonia”, enquanto 35% veem “alguma sintonia”. Outros 34% dizem que os dois não têm sintonia. 13% dos consultados não responderam.
O impasse envolvendo a versão de reforma tributária a ser defendida pelo governo, após a implosão da CPMF (e a demissão de Marcos Cintra do comando da Receita Federal), foi o mais recente episódio a colocar o presidente e o ministro em lados opostos.
Do lado da equipe econômica, há uma preocupação de que a retomada mais lenta da economia e uma maior pressão por resultados favoráveis façam com que Bolsonaro afrouxe o compromisso com a agenda de reformas e ajuste fiscal.
Continua depois da publicidade
Apesar dos atritos recentes, Bolsonaro mantém publicamente endosso às políticas do ministro. Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S.Paulo em 5 de outubro, o presidente disse não ter plano B para a economia e que Guedes continua sendo o “posto Ipiranga” na área.
Quer saber o que esperar da política nos próximos meses? Insira seu e-mail abaixo e receba, com exclusividade, o Barômetro do Poder – um resumo das projeções dos principais analistas políticos do país:
You must be logged in to post a comment.