CPI não terá terceiro depoimento de Queiroga para evitar “palanque”, diz Aziz

"Vai querer usar um palanque daquele para o voto bolsonarista. Para crescer politicamente e ser candidato ao Senado na Paraíba. Ele não vai ter esse palco"

Reuters

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde (Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde (Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicidade

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta terça-feira que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, não deverá mais prestar seu terceiro depoimento ao colegiado, para evitar que a oitiva seja transformada em um “palco”.

Para o senador, a guinada no discurso do ministro da Saúde, que no primeiro depoimento à CPI defendeu o uso de máscaras e de medidas preventivas não farmacológicas, como o distanciamento físico, deve-se a pretensões eleitorais e não encontrará respaldo na comissão.

“Não terá esse terceiro depoimento, não para a gente. Foi cancelada a ida dele”, disse o presidente da CPI à Reuters.

Continua depois da publicidade

“Hoje ele é um Pazuello de bata branca. Ele virou ‘um manda o outro obedece’, ele não tem mais condições tecnicamente como médico, como profissional da área da Saúde, de falar pelo ministério, não com ele falando tanta atrocidade”, acrescentou o senador, referindo-se ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que chegou a dizer à CPI que limitava-se a cumprir as ordens do presidente Jair Bolsonaro.

Aziz cita como exemplos recentes da mudança de tom de Queiroga o fato de ele declarar ser contra a obrigatoriedade do uso de máscaras e a decisão da pasta de suspender temporariamente a vacinação de jovens.

“Vai querer usar um palanque daquele para o voto bolsonarista. Para crescer politicamente e ser candidato ao Senado na Paraíba. Ele não vai ter esse palco”, afirmou o presidente da CPI.