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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar se houve corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação (MEC) será instalada e terá impacto moderado na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, caso ocorra antes do pleito.
É o que indica a 37ª edição do Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney que compila mensalmente as avaliações e expectativas de consultorias de análise de risco político e analistas independentes sobre alguns dos assuntos em destaque na política nacional.
O levantamento, realizado entre 29 de junho e 1º de janeiro, mostra que 60% dos especialistas consultados veem como alta a chance de a CPI ser instalada no Senado — 7% veem essa possibilidade como muito alta e outros 33% a classificaram como neutra.
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Considerando uma escala de 1 (muito baixa) a 5 (muito alta), a média das avaliações sobre a possibilidade de instalação da CPI no Senado é de 3,73.
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Os analistas políticos consultados pelo Barômetro do Poder enxergam ainda um impacto moderado da CPI do MEC sobre a campanha à reeleição de Bolsonaro, desde que ela ocorra antes de outubro. É o que esperam 53% dos participantes do levantamento — outros 27% veem impacto alto e para 20% o impacto será baixo.
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Considerando uma escala de 1 (muito baixo) a 5 (muito alto), a média das avaliações sobre o impacto da instalação da CPI no Senado sobre a campanha à reeleição de Bolsonaro é de 3,07.
Ontem (5), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), informou que vai ler nesta quarta-feira (6) em plenário o requerimento que pede a criação da CPI do MEC, mas acrescentou que os trabalhos só vão começar depois das eleições deste ano, que acontecem em outubro.
Segundo ele, o funcionamento da CPI após as eleições foi uma sugestão de líderes partidários, com a qual ele concordou. Ele informou sobre a decisão no Twitter: “Os requerimentos serão lidos em plenário por dever constitucional e questões procedimentais serão decididas”, escreveu.
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“A ampla maioria dos líderes entende que a instalação de todas elas deve acontecer após o período eleitoral, permitindo-se a participação de todos os senadores e evitando-se a contaminação das investigações pelo processo eleitoral”, completou o presidente do Senado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) pode intervir e determinar que os trabalhos comecem antes das eleições.
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O pedido de instalação da CPI do MEC foi protocolado na semana passada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado. Ele ganhou força após a Polícia Federal ter prendido preventivamente, em 22 de junho, o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, na operação “Acesso Pago”. A operação investiga a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), vinculado ao MEC.
O inquérito da PF foi aberto em março após o jornal O Estado de S.Paulo ter revelado a existência de um “gabinete paralelo” dentro do MEC controlado pelos pastores. Na sequência, o jornal Folha de S.Paulo publicou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva. Após as revelações, Ribeiro deixou comando do MEC, cargo que ocupava desde julho de 2020.
Em 9 de junho, a PF grampeou uma ligação de Ribeiro a uma de suas filhas, na qual o ex-ministro disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) o contou que teve um “pressentimento” de que a PF faria uma busca e apreensão em sua casa. Na ocasião, Bolsonaro estava nos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas e em sua comitiva estava o ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, a quem a PF é subordinada.
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Esta edição do Barômetro do Poder ouviu 10 casas de análise de risco político – BMJ Consultores Associados; Dharma Political Risk & Strategy; Empower Consultoria; Eurasia Group; Medley Global Advisors; Patri Políticas Públicas; Prospectiva Consultoria; Pulso Público; Tendências Consultoria Integrada; e XP Política – e 5 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); Claudio Couto (EAESP/FGV), João Villaverde (FGV-SP) e Thomas Traumann.
Conforme acordado previamente com os analistas participantes, os resultados do levantamento são divulgados apenas de forma agregada, sendo preservado o anonimato das respostas e dos comentários.
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