CPI de Apostas Esportivas deve ouvir Paquetá, suspeito de manipulação, no 2º semestre

Os requerimentos de convite ao atleta foram apresentados pelo presidente do colegiado, Jorge Kajuru (PSB-GO), e pelo vice-presidente, Eduardo Girão (Novo-CE); Paquetá é suspeito de envolvimento em manipulação na Inglaterra

Equipe InfoMoney

Lucas Paquetá, jogador da seleção brasileira de futebol (Divulgação/West Ham)
Lucas Paquetá, jogador da seleção brasileira de futebol (Divulgação/West Ham)

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A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, que deve ser prorrogada até o fim do ano no Senado, quer ouvir no segundo semestre o jogador Lucas Paquetá, do West Ham (Inglaterra) e da seleção brasileira.

Os requerimentos de convite ao atleta foram apresentados pelo presidente do colegiado, Jorge Kajuru (PSB-GO), e pelo vice-presidente, Eduardo Girão (Novo-CE), e aprovados no dia 18 de junho.

Os parlamentares apontam notícias veiculadas na imprensa segundo as quais o jogador teria sido denunciado pela Federação Inglesa de Futebol por má conduta com relação a apostas em quatro jogos da Premier League.

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Em seus requerimentos, Kajuru e Girão mencionam a acusação formal de que Paquetá teria forçado cartões amarelos em quatro partidas entre novembro de 2022 e agosto de 2023.

“Os fatos tiveram repercussão no Brasil, pois algumas dezenas de apostadores residentes na área de origem do jogador (a ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro) apostaram nos cartões amarelos do atleta e, por isso, fizeram jus à premiação”, afirma Kajuru na justificativa do requerimento de convite.

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A data do comparecimento de Paquetá à CPI ainda será definida.

Prorrogação

Kajuru adiantou que há elementos suficientes para estender os trabalhos da CPI pelo menos até dezembro, mediante a chegada de novos documentos.

De acordo com ele, a comissão recebeu novos arquivos da Receita Federal e da Polícia Federal que precisam ser analisados. Além disso, o presidente da CPI ressaltou que mais de 300 partidas de futebol estão sob suspeita de manipulação dos resultados. Para o parlamentar, esses fatos justificam o pedido de prorrogação da comissão, cujos trabalhos terminariam em 7 de outubro.

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A CPI foi instalada em 10 de abril, com prazo inicial de funcionamento por 180 dias e objetivo de apurar fatos relacionados às denúncias e suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro, envolvendo jogadores, dirigentes e empresas de apostas.

“A gente vai até o recesso natalino. É a nossa posição porque, além do que chegou para nós da Receita e da Polícia Federal, tudo muito grave, temos 109 partidas que trouxeram a confirmação de manipulação de resultados por meio da empresa Esporte Radar, contratada pela CBF [Confederação Brasileira de Futebol]. Temos outras 200 partidas, de 2020 até hoje, com suspeitas de manipulação. De 109, subimos para 309 partidas. Creio, então, que está justificado o pedido de prorrogação desta CPI”, disse Kajuru.

Aliciamento

Em 11 de junho, o procurador-geral do Ministério Público de Goiás, Cyro Terra Peres, e o promotor de Justiça Fernando Martins Cesconetto, declararam na CPI que jogadores foram aliciados para receber cartões amarelos ou vermelhos de propósito. Eles falaram sobre a Operação Penalidade Máxima, que investiga um grupo acusado de oferecer dinheiro para jogadores de futebol receberem punições em campo.

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As investigações sobre fraudes em partidas de futebol no estado de Goiás começaram em novembro de 2022, após uma denúncia do presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo, que é policial militar. O presidente do time, sediado em Goiânia, denunciou a manipulação em três jogos da Série B do Campeonato Brasileiro para favorecer apostadores.

Segundo os depoentes, os atletas também teriam sido usados para segurar a derrota parcial por tempo determinado, em troca de propinas que chegavam a R$ 500 mil.

O colegiado também ouviu, entre outros, integrantes da CBF e do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), árbitros de campo e de VAR (vídeo) e dirigentes de clubes de futebol – como a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o proprietário da SAF (Sociedade Anônima de Futebol) Botafogo, o empresário John Textor.

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(Com Agência Senado)