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SÃO PAULO – A CPI da Covid no Senado aprovou nesta quinta-feira convocação para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, preste esclarecimentos à comissão pela terceira vez, após sair da pauta da reunião de um órgão técnico da pasta a recomendação para que medicamentos sem eficácia contra a Covid-19 não sejam usados no tratamento da doença.
A informação de que a recomendação contrária ao uso de hidroxicloroquina e ivermectina no tratamento da Covid foi retirada da pauta da reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) chegou à Comissão Parlamentar de Inquérito nesta quinta e levou à aprovação de um requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para ouvir Queiroga.
“O senhor presidente da República se reuniu anteontem com o senhor (Eduardo) Pazuello (ex-ministro da Saúde) e com o senhor general (Luiz Eduardo) Ramos (ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência) e mandou a ordem para o senhor ministro Marcelo Queiroga: ‘tira da pauta, não vota'”, disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), durante sessão do colegiado.
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“Eu não tenho conhecimento de uma intervenção tão absurda no âmbito do Sistema Único de Saúde, no âmbito do Ministério da Saúde quanto essa”, acrescentou.
O presidente Jair Bolsonaro defende frequentemente o que chama de “tratamento precoce” com medicamentos já provados ineficazes contra a Covid-19, como hidroxicloroquina e ivermectina, e levou a defesa desses remédios pra o discurso que fez à Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, no mês passado.
“Ou a gente toma essa providência (convocar Queiroga) ou ano que vem vai ter programação nacional de imunização com cloroquina, ao invés de programação nacional de imunização com vacina”, disse Randolfe.
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“O senhor presidente da República interveio porque considerou que essa resolução que nós acabamos de ler seria uma derrota. Olha qual é a bandeira do governo Bolsonaro, é a cloroquina. Então considero inevitável a vinda do senhor Queiroga a essa CPI.”
A CPI também aprovou requerimento dando prazo de 24 horas para que a Conitec ecaminhe aos senadores o parecer que seria votado nesta quinta, assim como as razões que levaram à retirada dele da pauta.
O Ministério da Saúde não respondeu de imediato a pedidos de comentários sobre a nova convocação de Queiroga. A pasta e a Presidência da República também foram procuradas para comentar as afirmações de Randolfe, mas tampouco responderam de imediato.