“Cortes secretas”: secretário da Secom diz que Zuckerberg fez menção ao STF

Secretário de Políticas Digitais afirmou que Zuckerberg deixa explícita aliança da Meta com Trump contra os esforços da Europa, Brasil e outros países na "proteção de direitos online"

Camille Bocanegra

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, participa de um painel gravado ao vivo no *Acquired*, um podcast de tecnologia, no Chase Center em São Francisco, Califórnia, EUA, em 10 de setembro de 2024. REUTERS/Laure Andrillon
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, participa de um painel gravado ao vivo no *Acquired*, um podcast de tecnologia, no Chase Center em São Francisco, Califórnia, EUA, em 10 de setembro de 2024. REUTERS/Laure Andrillon

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O secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), João Brant, afirmou que Mark Zuckerberg, CEO da Meta, fez uma “declaração fortíssima”, referindo-se ao STF como “corte secreta” e atacando os checadores de fatos.

Em uma postagem no X, o secretário comentou que as mudanças nas práticas de moderação de conteúdo anunciadas nesta terça-feira (7) questionam o viés da própria equipe de “Trust and Safety” da Meta. Brant afirmou que o vídeo de Zuckerberg também deixa explícita a aliança da Meta com o governo dos EUA para “enfrentar a União Europeia, Brasil e outros países que buscam proteger direitos no ambiente online”.

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O secretário da Secom afirmou que o Facebook e o Instagram devem se tornar plataformas que privilegiarão a liberdade de expressão individual em detrimento da proteção de outros direitos individuais e coletivos. Brant disse, ainda, que o presidente da Meta mencionou a “repriorização do discurso cívico” e que isso “significa um convite para o ativismo da extrema-direita”.

“A declaração é explícita, sinaliza que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como uma antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump”, disse.

Por fim, o secretário afirma que o discurso reforça a importância de ações em curso na Europa, Brasil e na Austrália, envolvendo os três poderes.