Publicidade
A Comissão de Educação do Senado aprovou nesta terça-feira (27) o projeto que cria o marco legal dos jogos eletrônicos (games), que consolida regras sobre fabricação, importação e comércio do setor. Agora, o texto segue para análise do plenário.
O projeto não vale para máquinas caça-níqueis, jogos de setor e os chamados jogos de fantasia, em que o usuário cria um time virtual com jogadores reais de um determinado esporte. Esse tipo de jogo online já é regulado pela lei que trata das quotas fixas — o governo federal definiu ontem as regras para certificar as “bets”.
De autoria do deputado Kim Kataguiri (União-SP), o projeto de lei (PL) 2796/2021 define jogos eletrônicos e delimita o escopo de atuação das empresas do segmento. O texto também facilita o registro de propriedade intelectual desses jogos e os reconhece como manifestações culturais passíveis de incentivo pela Lei Rouanet.
A senadora Leila Barros (PDT-DF), relatora do PL na comissão do Senado, apresentou um substitutivo (texto alternativo), incorporando regras como a obrigação de classificação etária indicativa pelo Estado e dispositivos extras de proteção aos direitos de crianças e adolescentes. Com a nova versão, ela fez alguns ajustes de redação e não alterou substancialmente o texto.
Benefícios fiscais
O texto aprovado na comissão prevê benefícios fiscais para os criadores de jogos eletrônicos. Eles terão direito a abatimento de 70% no Imposto de Renda (IR) devido em remessas ao exterior, previsto na Lei do Audiovisual. Esse benefício é válido também para contribuintes que investem em projetos de jogos eletrônicos independentes.
No âmbito da Lei do Bem, o desenvolvimento de jogos eletrônicos passa a ser enquadrado como atividade de pesquisa tecnológica e de inovação, o que permite o acesso a incentivos fiscais, como redução de 50% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Continua depois da publicidade
Outro benefício é o tratamento especial por serem considerados negócios inovadores, como processo mais simplificado para formalização. Para a relatora, a criação do marco legal reconhece o impacto do setor na geração de empregos, desenvolvimento tecnológico, educação e cultura.
Restrições
O projeto determina que os jogos indicados para crianças e adolescentes devem ter restrições para transações comerciais, a serem permitidas somente com autorização dos responsáveis.
Esses games devem ainda estabelecer a proibição a práticas de violação de direitos de crianças e adolescentes, além de ferramentas de supervisão e moderação parental que precisam ser atualizadas com frequência.
Continua depois da publicidade
De acordo com a senadora, as medidas visam evitar exposição à discriminação e violência, assim como o uso descontrolado.
Pelo projeto, menores de idade podem trabalhar na criação dos jogos, desde que respeitados os direitos de crianças e adolescentes e as leis trabalhistas. Também não será exigida nenhuma qualificação especial ou licença do governo para programadores e desenvolvedores.
(Com agências Brasil e Senado)