Com impasse sobre emendas, Dino diz que “equilíbrio entre os Poderes não é estático”

A declaração se dá dias após o vice-líder do governo na Câmara, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), apresentar um projeto de lei para regulamentar a apresentação e a execução de emendas parlamentares

Equipe InfoMoney

Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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Em meio ao impasse das emendas que atormenta o Congresso Nacional, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, no domingo (3), que o protagonismo do Poder Judiciário está “fortemente associado” a demandas de diferentes atores – partidos políticos, governos estaduais, empresas, entidades de classe.

“O equilíbrio entre os Poderes não é estático, pois depende da dinâmica geral da Política, dos mercados e da sociedade civil”, disse. “Quem está no centro da Praça dos 3 Poderes é que escolhe em que prédio entra, nos termos da Constituição.”

O ministro também apontou como o “ultraindividualismo, o extremismo, as agressões pessoais como método de debate público e o uso cotidiano das fake news”, dificultam o processo decisório na política, o que acaba por gerar “ainda mais demandas para o sistema de Jurisdição Constitucional”.

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A declaração se dá dias após o vice-líder do governo na Câmara, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), apresentar um projeto de lei para regulamentar a apresentação e a execução de emendas parlamentares. A previsão é a de que o texto seja votado já nesta semana.

O PL foi elaborado na esteira das decisões de Dino que suspenderam a execução de emendas até que haja transparência sobre os repasses. Após as decisões, o STF e o Congresso começaram um diálogo sobre o tema e chegaram a um acordo, materializado no projeto de lei.

Dino também se encontrou com o relator do orçamento, Angelo Coronel, e fez sugestões a um outro projeto, de autoria do senador, sobre emendas parlamentares, O ministro indicou, por exemplo, que os recursos das emendas de bancada devem ser liberadas só para Estados que representam, que o Tribunal de Contas da União fiscalize a execução das emendas e que uma plataforma única reúna as informações sobre as transferências.

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“Emendas Pix”

Enquanto os parlamentares discutem o texto, o cronograma das ações sobre o orçamento secreto e as “emendas Pix” – alguns dos principais processos em tramitação no gabinete de Dino que incomodam o Congresso – segue normalmente.

Um dos próximos passos é a entrega pela Controladoria-Geral da União de relatório sobre emendas parlamentares que beneficiaram ONGs e entidades do terceiro setor entre 2020 e 2024. O prazo para a submissão do documento é 11 de novembro.

(Com Estadão Conteúdo)

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