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A troca de ofensas e acusações entre o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) e o prefeito de São Paulo (SP), Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, durante o debate desta terça-feira (17) na RedeTV! e no UOL, transbordou para as redes sociais.
Pouco depois de ser mencionada por Marçal, que acusou Nunes de agredi-la, a esposa do prefeito, Regina Carnovale Nunes, publicou um vídeo em sua conta no Instagram negando que tenha sido vítima de violência por parte do marido.
Em fevereiro de 2011, Regina teria registrado um boletim de ocorrência contra Nunes, que era vereador na época, na 6ª Delegacia da Mulher, na zona sul de São Paulo. Em 2020, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no entanto, a esposa do atual prefeito disse não se lembrar de ter feito o BO. Nunes sempre negou que tenha agredido Regina.
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“Nunca vim aqui no Instagram para falar de política. O meu nome foi falado agora há pouco pelo ‘M’ de mentiroso, Marçal. Ele citou meu nome perguntando se meu marido me batia com uma mão ou com as duas mãos”, disse Regina no vídeo divulgado pelas redes sociais.
“Não, Pablo, meu marido nunca me bateu. Ao contrário de você, que usava as suas duas mãos para roubar os velhinhos e os idosos com os golpes que aplicava pela internet. O que meu marido faz com as duas mãos é trabalhar incansavelmente pela cidade de São Paulo”, completou a primeira-dama da capital paulista.
“Tchutchuca do PCC”
Durante o debate desta manhã, Marçal e Nunes discutiram rispidamente, logo no primeiro bloco, o que quase levou à interrupção do programa. A mediadora do debate, Amanda Klein, teve dificuldade para conter os ânimos.
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Depois de chamar Nunes de “tchutchuca do PCC”, Marçal disse que o prefeito da capital paulista seria preso por supostos crimes.
“Você vai ser preso por roubar dinheiro de creche. Você usou sua esposa para receber dinheiro de creche. Usou sua esposa e sua filha. Eu vou te colocar na cadeia”, disse Marçal ao prefeito, em tom de ameaça.
“Nós vamos prender o Ricardo Nunes por uma denúncia de desvio de dinheiro de merenda. No último debate, o Boulos chamou ele de ladrão de creche. Não sou eu que estou te acusando disso, quem está acusando é a Polícia Federal”, prosseguiu o candidato, sem apresentar provas.
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“Ele [Marçal] saiu da cadeia, mas a cadeia não saiu de dentro dele”, rebateu o prefeito de São Paulo.
“Queria pedir desculpas ao pessoal que está assistindo. Mas é muito difícil ver esse condenado atacando a gente”, explicou Nunes mais adiante, um pouco mais calmo.
Suspeitas sobre Nunes e Marçal
Em um relatório divulgado pela Polícia Federal (PF) sobre investigações de um suposto esquema de desvio de verbas de creches administradas por organizações sociais (OSs), em São Paulo, a corporação recomendou a continuidade das apurações sobre eventual participação de Nunes.
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O documento apresenta suposta ligação entre o prefeito, que era vereador à época, e a Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria), que hoje gerencia nove Centros de Educação Infantil (CEIs) na capital paulista. Não há nenhuma conclusão a respeito da suposta participação de Nunes. Mais de 100 pessoas foram indiciadas, mas não o prefeito.
Marçal, por sua vez, foi apontado, em 2010, como suposto participante de um grupo que teria desviado dinheiro de bancos em meados de 2005 – na época, ele tinha 18 anos.
O grupo criava sites falsos de instituições financeiras, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, e mandava e-mails acusando pessoas, falsamente, de inadimplência. Os criminosos roubavam dados e informações das vítimas e, ainda, “infectavam” computadores e dispositivos digitais com programas conhecidos como “cavalos de Troia”.
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Marçal reconheceu que chegou a colaborar com o grupo, mas sempre garantiu não ter conhecimento de qualquer ilegalidade praticada. Ele foi condenado, chegou a ser preso, mas teve a pena extinta em 2018, por prescrição retroativa.