Ciro Nogueira afirma que candidato de 2026 precisa defender a anistia para Bolsonaro

Senador do PP defendeu anistia ao ex-presidente e sinalizou movimento de distanciamento da base governista

Marina Verenicz

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O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou nesta quinta-feira (6) que, caso Jair Bolsonaro (PL) não dispute a Presidência da República em 2026, o candidato que contar com o apoio do ex-presidente deverá se comprometer a defender sua anistia.

Nogueira, que foi ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro entre 2021 e 2022, explicou que a anistia seria uma forma de corrigir o que considera uma “injustiça” contra o ex-presidente.

Essa declaração ocorre em um contexto de intensas discussões dentro da direita brasileira sobre os nomes para as eleições de 2026.

Ciro Nogueira se reuniu com Bolsonaro na terça-feira (4) para discutir os rumos da direita para o pleito. Em um vídeo publicado nas redes sociais, o senador disse: “Vamos que vamos, presidente, vamos voltar”, acompanhando a legenda: “Uma visita de carnaval com olhar em 2026”.

Bolsonaro segue inelegível desde junho de 2023, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o ex-presidente não poderia disputar qualquer eleição até 2030.

Além disso, o ex-presidente está sendo alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Em 18 de fevereiro, Bolsonaro e outras 33 pessoas foram acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022 para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso está sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Movimentação política

O encontro de Nogueira com Bolsonaro reflete a movimentação política do senador, que tem buscado se distanciar do governo Lula, embora o PP faça parte da base aliada do atual governo.

Nogueira já criticou a condução do país e, em especial, a estratégia de comunicação do governo, que, segundo ele, tem prejudicado a imagem de Lula.

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Em entrevista à Folha de S. Paulo, o senador responsabilizou o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, pelo aumento da exposição de Lula, o que teria agravado sua baixa popularidade.

A crítica de Nogueira surge em meio a uma pesquisa Genial/Quaest, divulgada no dia 26, que mostrou que a desaprovação de Lula ultrapassou os 60%. Para o senador, a solução seria uma reformulação profunda na comunicação do governo, embora ele duvide que isso aconteça.

Mesmo com um representante do PP no governo, o ministro do Esporte, André Fufuca, Nogueira sugeriu que o partido poderia romper com o Planalto caso não haja mudanças significativas na administração petista.

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Além disso, embora o PP tenha pressionado Lula para substituir a ex-ministra Ana Moser e nomear um aliado para o Ministério do Esporte, o encontro de Nogueira com Bolsonaro sugere um movimento de distanciamento da base governista.

O senador, que se opôs à entrada do PP na base de Lula, agora parece se alinhar com outras forças políticas, prevendo uma possível derrota de Lula em 2026 e buscando se manter bem posicionado para o futuro político.