O Cidadania decidiu nesta terça-feira (4) apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das Eleições 2022. Em votação da Executiva Nacional do partido, foram seis votos a favor do apoio a Lula e três pediam a neutralidade da legenda.
O anúncio foi feito pelo presidente do partido, Roberto Freire, que disse que o apoio não está relacionado a nenhum compromisso programático e que se deve à avaliação de que uma possível reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) traz “risco ao processo democrático”.
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“Bolsonaro, nesses quatro anos, demonstrou sua total falta de respeito às suas instituições democráticas. Inclusive vocês, da imprensa, conhecem bem o que isso significa. Portanto, contra todo esse atropelo, contra todo o risco de retrocessos na questão democrática, nós vamos votar no número 13”, disse, em coletiva.
Freire ressaltou, no entanto, que o apoio do Cidadania é apenas para a eleição de Lula, e que o partido ainda não sabe qual será sua posição a partir do próximo governo. “Muito provavelmente, vamos continuar fazendo oposição, mesmo que o presidente não seja Bolsonaro”, afirmou.
O Cidadania, que é federado com o PSDB, faz parte da coligação de Simone Tebet, com o MDB e o Podemos. Freire disse que tentou articular para que os partidos da aliança tomassem uma posição conjunta sobre o apoio a Lula, mas que isso não foi possível.
O Podemos enfrenta mais resistência entre seus integrantes e pode, portanto, adotar uma postura neutra, liberando seus afiliados a votarem como quiserem.
Em seu discurso após os resultados do primeiro turno no domingo (2), Simone Tebet cobrou que os partidos da coligação tomassem uma decisão em até 48h e disse que ela se posicionará, que não ficará neutra, e que defenderá a democracia, sinalizando um possível apoio a Lula.
Tebet terminou o primeiro turno em terceiro lugar, com 4,9 milhões de votos válidos, 4,16% do total. A senadora é do MDB, que ainda não declarou qual será a sua orientação sobre o segundo turno.
Ciro Gomes, do PDT, que terminou a disputa de primeiro turno em quarto lugar, com quase 3,6 milhões de votos válidos, 3,04% do total, anunciou hoje apoio a Lula, seguindo o posicionamento de seu partido.
“Espero que essa decisão ajude a oxigenar, temporariamente que seja, a nossa democracia, mas, se não houver a busca efetiva de novos ares, de novos instrumentos, estaremos à mercê de um respirador artificial frágil e precário, limitadíssimo no tempo e no espaço”, declarou.