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SÃO PAULO – O ex-diretor da área internacional da Petrobras e delator no âmbito da Operação Lava Jato, Nestor Cerveró, alterou a sua versão sobre um suposto pagamento de propina de US$ 4 milhões à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2006, de acordo com documento obtido pelo jornal Valor Econômico.
Outra mudança é a citação à presidente Dilma Rousseff. No resumo de citações entregues à força-tarefa da Operação, Dilma é citada três vezes quando fala da refinaria de Pasadena. Porém, ela não é citada no termo homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O documento obtido pelo Valor fala que as informações entregues pelo ex-diretor da Petrorbas à Lava Jato indicam que “foi acertado que a Odebrecht faria o adiantamento de US$ 4 milhões para a campanha do presidente Lula, o que foi feito”. Porém, no termo de depoimento dele, homologado pelo ministro Teori Zavascki, não há citação ao suposto repasse de propina. Além disso, também há mudanças na fonte de pagamento: de Odebrecht passa a ser UTC.
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“Foi decidido que (…) a contrapartida da UTC pela participação nas obras do Revamp seria o pagamento de propina; que se acertou que a UTC adiantaria uma propina de R$ 4 milhões, que seriam para a campanha de 2006, cuja destinação seria definida pelo senador Delcídio do Amaral”, diz o documento.
Com relação à Dilma, o resumo de informações prévias relata que “Dilma incentivou Nestor Cerveró para acelerar as tratativas sobre Pasadena. Sempre esteve a par de tudo que ocorreu na compra daquela refinaria, e realizou diversas reuniões com Nestor [Cerveró] durante todo o trâmite”.
Ele ainda afirmou que “Delcídio tinha um relacionamento muito próximo com Dilma Rousseff, sendo que participou de diversas reuniões com Dilma e Nestor, fato que isso leva a crer que Dilma tinha conhecimento [do] valor adiantado para Revamp”. Ele ainda afirmou que a responsabilidade por aprovar a compra de Pasadena é da “presidente Dilma”. Porém, ela não é citada no termo homologado pelo STF.
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