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Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, na terça-feira (16), no âmbito do processo que analisa o pedido de cassação de mandato do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), seu irmão, Domingos Brazão, afirmou que ambos são vítimas de uma conspiração.
Segundo o depoente, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), policiais teriam forjado um dossiê falso para incriminá-los.
“Há um policial federal e dois ex-policiais civis que receberam vantagens de um certo indivíduo, do ex-vereador Marcello Siciliano, para me incriminar”, afirmou Domingos Brazão.
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Os irmãos Brazão estão presos desde março, acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.
Em seu depoimento, o irmão de Domingos, Chiquinho Brazão, não apenas disse que tinha uma relação “maravilhosa” com Marielle Franco quando atuaram juntos na Câmara de Vereadores, como também assegurou ser vítima no processo que investiga a morte da vereadora.
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“Não estamos envolvidos em nada. Somos vítimas de acusação de um réu confesso para obter benefícios, não sabemos nem por quê, ele está provavelmente protegendo alguém”, afirmou Chiquinho.
Testemunhas de defesa
As testemunhas de defesa e o advogado do deputado adotaram como estratégia tentar desfazer a possível relação do parlamentar com grupos milicianos fluminenses.
Ao questionar o ex-vereador Carlos Alberto Lavrado Cupello (conhecido como Tio Carlos), o advogado de Brazão afirmou que está implícito no processo de cassação do deputado que, para entrar nas comunidades onde o político tem sua base eleitoral, na zona leste do Rio, “é preciso pertencer a milícias”.
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Carlos Alberto Cupello, testemunha de defesa, sustentou que essa afirmação não se confirma. Para a testemunha, o fato de outros políticos terem votos na mesma área, inclusive de partidos de esquerda, demonstra que essa afirmação não faz sentido.
Ele argumentou que, na eleição de 2018, por exemplo, o ex-deputado federal Marcelo Freixo, na época no PSOL (hoje no PSB), foi o mais votado na localidade denominada Praça Seca, e o terceiro colocado foi Alessandro Molon, que era candidato pelo PSB naquele ano. A Praça Seca fica na zona leste.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), argumentou que, embora haja controle das milícias sobre esses territórios, ele não é absoluto. Ainda assim, ressaltou que a família Brazão teve votação muito mais expressiva que os candidatos na esquerda na região.
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“Domingos Brazão, também disputando o cargo de deputado estadual, teve 41,79%, e o Freixo, 4,9%. Então, há diferença muito expressiva, em termos de votação nesta área”, disse Alencar.
Todas as testemunhas que prestaram depoimentos, assim como os acusados, negaram veementemente qualquer relação com o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Domingos Brazão, inclusive, foi taxativo ao dizer que nunca conheceu a vereadora.
(Com Agência Câmara)