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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), assassinada em 2018, em um atentado político que marcou o país, falou em entrevista ao podcast O Assunto, do g1, sobre o momento em que chegou ao local do crime.
Nesta quarta-feira (30), teve início o júri popular dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de assassinar a vereadora e o motorista Anderson Gomes em 2018. Os dois, que já admitiram participação no crime e estão presos desde 2019, participam de forma remota do julgamento do 4º Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Na entrevista, Anielle disse que, ao chegar ao bairro Estácio, zona central do Rio, na noite de 18 de março de 2018, viu a irmã “para o lado de fora do carro, com o rosto e a cabeça bem desconfigurados”. A ministra afirmou que recebeu uma resposta “inusitada” de um policial militar ao questionar sobre se a irmã havia sido vítima de um assalto.
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“Recebi uma resposta muito inusitada que, naquele momento, foi um choque de realidade: ‘Não, não está com cara de ter sido um assalto. Também, ela estava falando mal de um monte de gente no Twitter’, inclusive da PM”, disse Anielle.
Concluída em março deste ano, a investigação da Polícia Federal (PF) sobre o crime apontou que os mandantes teriam sido o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).
O relatório da apuração aponta ainda o suposto envolvimento de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, tanto no planejamento como atuando para proteger os irmãos.
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Ao longo do julgamento, serão ouvidas nove testemunhas – sete indicadas pelo Ministério Público estadual e duas pela defesa de Lessa.
A investigação apontou que a atuação da vereadora contrariava interesses do crime organizado na grilagem de terras na zona oeste do Rio, o que teria motivado o mando do crime.
Enquanto o grupo sobre o qual os irmãos Brazão tinha influência atuava para regularizar as terras para fins comerciais, a vereadora e seu grupo político queriam usar os terrenos para fins sociais, de moradia popular.
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