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O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) usou as redes sociais nesta quarta-feira (19) para negar envolvimento no chamado “gabinete do ódio” e criticar o tenente-coronel Mauro Cid, após seu nome aparecer na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O sigilo do depoimento foi derrubado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na colaboração, Cid afirmou que Carlos Bolsonaro comandava o grupo responsável por disseminar desinformação contra as urnas eletrônicas e as vacinas, operando dentro do Palácio do Planalto e mantendo contato direto com três assessores do ex-presidente. Segundo Cid, Carlos também era responsável por administrar as redes sociais de Bolsonaro, enquanto o próprio ex-presidente gerenciava apenas o Facebook.
A delação menciona ainda que o grupo frequentemente discordava de Bolsonaro sobre a estratégia digital, e que Carlos se opunha a conteúdos que considerava “enfadonhos” nas redes do pai.
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Carlos Bolsonaro ironiza depoimento
Em resposta, Carlos Bolsonaro se manifestou com tom irônico e acusou Cid de assinar declarações falsas sem apresentar provas.
“Cada segundo deixa mais claro que o coronel das Forças Especiais, com ‘curso de bolinhas de gude e peteca’, conhecido como Mauro Cid, não é apenas um pobre coitado que sofria ameaças para delatar. Ele assina colocações falsas e faz acusações sem apresentar provas o tempo todo”, publicou o vereador.
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Carlos também mencionou o ex-assessor presidencial Filipe Martins, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na terça-feira (18), e classificou sua prisão como “ilegal e desumana”.
“Filipe G. Martins ficou o dobro do tempo preso de forma ilegal, desumana e até hoje não conseguiu ver sua filha desde que tudo começou. Isso, sim, é um perseguido político, e não aqueles que nitidamente tramaram contra o povo brasileiro, conduzindo inocentes – que nem chegaram perto da Praça dos Três Poderes – e encaminhando-os para a câmara de gás”, concluiu Carlos Bolsonaro.
Delação e investigação da PF
A colaboração de Mauro Cid faz parte das provas reunidas pela Polícia Federal nos inquéritos que investigam Jair Bolsonaro e aliados. Na terça-feira (18), a PGR denunciou o ex-presidente, o ex-ministro Braga Netto e outras 32 pessoas ao STF por suposta participação em um plano para manter Bolsonaro no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
A investigação apura a disseminação de desinformação e eventuais articulações para minar a confiança no processo eleitoral e nas instituições democráticas. O caso segue em análise no STF.