Caos no Rio: prejuízo com ataques e ônibus queimados chega a R$ 75 milhões em 2 anos

O valor corresponde à compra de 100 veículos zero quilômetro, segundo a Rio Ônibus, que poderiam ser incorporados às frotas, o que é sentido por usuários do transporte público do Rio de Janeiro diariamente

Equipe InfoMoney

Ônibus em chamas no Rio de Janeiro (RJ) (Foto: Vladimir Platonow/Agência Brasil)
Ônibus em chamas no Rio de Janeiro (RJ) (Foto: Vladimir Platonow/Agência Brasil)

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Um dia depois de criminosos terem sequestrado nove ônibus para obstruir uma via e atrapalhar uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), mais dois ônibus das linhas 878 (Barra da Tijuca — Tanque) e 863 (Rio das Pedras — Barra da Tijuca) foram alvos desse mesmo crime no mesmo local, nesta quinta-feira (17).

Já na zona norte da cidade, mais dois coletivos da linha 778 (Pavuna — Cascadura) foram capturados por bandidos nesta manhã e usados da mesma maneira em Costa Barros.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar, policiais militares do 41ºBPM realizam operação no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, para coibir os roubos de veículos e carga na região.

De acordo com informações preliminares dos policiais, criminosos atiraram contra as equipes na Comunidade da Quitanda. Um policial foi ferido no pescoço por estilhaço e outro homem também ferido foi socorrido por meios próprios.

Na Estrada de Botafogo e na Avenida Pastor Martin Luther King, criminosos atearam fogo em pneus e atravessaram um ônibus na pista para bloquear as vias. Policiais militares do 41ºBPM e do 2º Comando de Policiamento de Área (2ºCPA) atuaram no local e desobstruíram as vias.

Violência recorrente

A violência contra veículos do transporte público é classificada pelo Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) como recorrente. Em 12 meses, já chega a 136 o número de veículos que foram alvos desse tipo de ação.

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O modus operandi nesses casos inclui evacuar os veículos e obrigar o motorista a manobrar os ônibus para impactar milhares de usuários dessas linhas e outros cidadãos que precisam transitar por essas vias.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor de Comunicação e Relações Institucionais do Rio Ônibus, Paulo Valente, diz que ataques contra ônibus na cidade, que também são alvo de vandalismo e até incendiados em casos mais extremos, causaram um prejuízo de cerca de R$ 75 milhões em 2 anos.

O valor corresponde à compra de 100 veículos zero quilômetro, segundo a Rio Ônibus, que poderiam ser incorporados às frotas, o que é sentido por usuários do transporte público do Rio de Janeiro diariamente.

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Dados do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro apontam que de 2022 a 2024, entre 200 e 250 motoristas abandonaram a profissão após situações de crimes e agressões nos transportes coletivos, incluindo casos de incêndios. No último ano, foram em torno de 130 a 140 desligamentos.

Ônibus sequestrados na Muzema

Nove ônibus que circulavam na região da Muzema, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, foram sequestrados e utilizados por criminosos como barricada, na quarta-feira (16). Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus), passageiros e motoristas foram liberados para que apenas os veículos fossem usados para obstruir a via.

Quadrilhas da comunidade da Tijuquinha, na mesma região, foram alvo de uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar, o objetivo da ação é evitar disputas territoriais entre grupos rivais na região.

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“Durante a ação, criminosos atravessaram ônibus na principal via da região, a fim de atrapalhar a operação que está em curso”, disse a corporação.

Policiais do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (RECOM) também atuam na região reforçando o policiamento no entorno da comunidade e auxiliando na desobstrução da via.

Por causa do incidente, todas as linhas que circulam pela região sofreram desvios de itinerário.

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“A recorrência dos casos reitera a necessidade de ações efetivas por parte das autoridades de segurança pública do Rio de Janeiro. É preciso, com urgência, garantir o direito de ir e vir do cidadão”, diz a secretaria.

Serviços públicos

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro informou que a Clínica da Família Padre Marcos Vinicio Miranda Vieira precisou interromper seu funcionamento, na manhã de quarta-feira, para a segurança de profissionais e usuários. Já a Secretaria Municipal de Educação disse que as escolas na área da Tijuquinha funcionaram com atendimento presencial, mas com protocolo de segurança acionado.

(Com Agência Brasil)