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A confirmação da meta fiscal de déficit zero em 2024, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional, ajudou a ancorar expectativas do mercado e nortear decisões de política monetária, segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Durante evento em São Paulo, ele mostrou dois gráficos (veja abaixo) que mostram como os agentes econômicos mudaram suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou a meta de equilíbrio fiscal ao Poder Legislativo, conforme já havia sinalizado durante as discussões do novo marco fiscal.
Em abril do ano passado, o Relatório Focus (pesquisa semanal feita pelo BC para capturar as projeções de economistas do mercado para os principais indicadores do país) apontava para uma mediana de expectativas de 4,14% para o IPCA em 2024 e 4% nos dois anos seguintes. Hoje, ela está em 3,81% e 3,50%, respectivamente.
“Em termos de expectativas de inflação, vemos um marco que foi a confirmação da meta”, afirmou Campos Neto.
“Sempre dizíamos que era muito difícil ter uma visibilidade do que fazer em política monetária sem ter certeza de qual era a meta. Vimos, depois da confirmação da meta, [que] as inflações caíram muito”, disse.
Durante o evento, Campos Neto também chamou atenção para uma queda e estabilização da inflação implícita longa, que, segundo ele, reforça uma percepção dos agentes econômicos de estabilidade institucional − inclusive para além do seu mandato à frente do Banco Central, que encerra em dezembro deste ano.
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“Curiosamente, vemos a inflação implícita longa caindo e estabilizando − então, acho que derruba também aquele argumento de que existe um risco de mudança de equipe do Banco Central. O mercado está nos dizendo que isso está mais comportado”, disse.
Comportamento da inflação
Campos Neto também fez menção à recente queda nos preços no Brasil, em linha com as expectativas de convergência pela autoridade monetária, que tem adotado uma política de afrouxamento − de junho para cá, o Comitê de Política Monetária (Copom) realizou 5 cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic).
Por outro lado, o presidente da autoridade monetária também indicou alguma piora em dados específicos de preços. Mas nada que, na sua avaliação, até o momento não tenha comprometido o comportamento geral da inflação.
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“Temos uma inflação que vem caindo. Temos dito que a inflação tem sido mais ou menos de acordo com o que esperamos em termos de convergência. Os últimos números mostraram uma inflação cheia um pouco melhor. [Mas] Uma inflação, quando olhamos por dentro, marginalmente pior. Quando olhamos núcleos de serviços, ela está marginalmente pior. Tivemos um efeito grande de passagem aérea e de emplacamento [de carros novos] nesse último dado, mas continuamos entendendo que está dentro do que a gente tinha programado em termos de trajetória de inflação”, observou.
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