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A 18 dias do segundo turno das eleições municipais, os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), que disputarão a rodada final para a prefeitura de São Paulo (SP), vêm travando uma verdadeira “batalha”, nos bastidores, em torno do número de debates previstos para esta reta final do pleito.
No primeiro turno, os principais candidatos na maior cidade do Brasil realizaram, ao todo, 11 debates – foi o recorde histórico das campanhas municipais em São Paulo.
Para o segundo turno, até o momento, estão confirmados pelo menos cinco debates entre Nunes e Boulos (veja lista ao final do texto). A tendência é a de que esse número aumente, visto que alguns veículos de comunicação já estão se organizando para convidar os candidatos.
No que depender do prefeito Ricardo Nunes, no entanto, o segundo turno da eleição terá menos debates do que o esperado. Desde o fim da votação do primeiro turno, no último domingo (6), a campanha do emedebista vem defendendo limitar para apenas três os encontros entre os candidatos.
“Guerra” de versões
Assessores de Nunes sugeriram a formação de um “pool” de veículos de comunicação, que se juntariam para promover debates, diminuindo a quantidade de programas do tipo. A campanha de Boulos, por sua vez, é contra a proposta do adversário.
“Desde ontem, 8 dos 12 veículos que fizeram pedido de realização de debates têm conversado sobre a realização de pool. A campanha de Ricardo Nunes reitera a importância dessa parceria, para que consigamos atender aos telespectadores, ouvintes e leitores de todos os meios de comunicação, em nome da democracia”, diz nota encaminhada pela campanha do prefeito.
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“O pedido de três eventos está no limite máximo histórico de debates realizados em segundo turno na história da cidade de São Paulo. Nunca houve mais do que isso”, afirma a assessoria de Nunes.
Também por meio de nota, a campanha de Guilherme Boulos rechaçou a sugestão do rival de diminuir a quantidade de debates no segundo turno.
“O atual plano de fuga da campanha adversária expõe uma questão que merece ser refletida pelos eleitores: por que Ricardo Nunes se esconde? Ricardo Nunes deve respostas à cidade de São Paulo e ao seu eleitor – esclarecimentos que, infelizmente, não foram feitos durante um primeiro turno pautado pela truculência e mentiras”, diz o texto.
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“Acreditamos que os debates, em especial agora no segundo turno, cumprem o papel de trazer mais transparência às eleições, com foco na cidade e naquilo que importa e faz a diferença na vida das pessoas”, prossegue a campanha do candidato do PSOL.
“É com este intuito, de fazer debates de alto nível e dialogando com a cidade e as necessidades de cada eleitor, que reiteramos nossa participação em todos os debates propostos pela imprensa.”
Em entrevista coletiva, na segunda-feira (7), Boulos foi questionado sobre os debates e admitiu a possibilidade de uma limitação – mas não para apenas três programas.
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“Uma coisa é você propor reduzir de 12, sei lá, para nove, para sete, porque, de fato, 12 debates, em um segundo turno de 19 dias, é quase um debate por dia”, disse Boulos.
“Agora, reduzir para três debates é coisa de quem está com medo, é coisa de quem quer fugir do debate. Quer fugir do debate porque não tem firmeza de posições. Quer fugir do debate porque não tem o que responder a respeito de tantos escândalos”, completou.
Na “guerra” de notas oficiais divulgadas pelas duas campanhas, a assessoria de Ricardo Nunes citou a eleição de 2020 na capital, na qual Bruno Covas (PSDB) e o próprio Boulos se enfrentaram em apenas três debates no segundo turno – vencido pelo tucano.
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“Na eleição de 2020, o candidato adversário explicou a inviabilidade da realização de mais de três debates em uma campanha curta de segundo turno. ‘É impossível’, disse ele, ‘atender às solicitações de sabatinas, entrevistas individuais, demandas de mídia e as ações diárias do período eleitoral’. No caso do prefeito Ricardo Nunes, soma-se a esses fatores a importância de trabalhar por São Paulo”, diz a nota.
“Esperamos que Guilherme Boulos — que já desdisse sobre Venezuela, legalização de drogas e desmilitarização das polícias– não mude de opinião também sobre esse assunto.”
A campanha de Boulos rebateu também este ponto. “A campanha de Ricardo Nunes aposta na desinformação e distorção de fatos para encobrir o seu real objetivo de fugir dos debates e da comparação de ideias e propostas”, diz o comunicado do candidato do PSOL.
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“Ao relembrar a nossa posição em 2020, Nunes ignora e distorce dois aspectos daquele contexto: estávamos no meio da pandemia, com forte restrição à aglomeração de pessoas, e o intervalo entre o primeiro e segundo turnos daquela eleição foi de apenas duas semanas”, aponta Boulos.
Os debates confirmados até agora
O primeiro encontro entre os dois finalistas está previsto para o dia 14 de outubro, às 22h15, na TV Bandeirantes – tradicionalmente, a emissora abre o calendário de debates eleitorais tanto no primeiro quanto no segundo turno.
Na sequência, Nunes e Boulos ainda devem se enfrentar nos debates promovidos por RedeTV! e UOL (no dia 17, às 9h30); TV Record (dia 19, às 21h); Folha de S.Paulo e UOL (dia 21, às 10h); e, finalmente, o debate da TV Globo (dia 25, às 22h).
A CNN Brasil também pretende convidar Nunes e Boulos para um debate na sede da emissora, mas o encontro ainda não foi confirmado.
Veja quais são os debates do 2º turno já confirmados em São Paulo:
- TV Bandeirantes: 14 de outubro, às 22h15
- UOL/RedeTV!: 17 de outubro, às 9h30
- TV Record: 19 de outubro, às 21h
- UOL/Folha de S.Paulo: 21 de outubro, às 10h
- TV Globo: 25 de outubro, às 22h