Caiado volta a criticar reforma tributária: “Sonegação vai ser incontida”

Governador de Goiás vê IBS como modelo de "um teórico que conhece pouco a realidade" das diferentes regiões do país

Marcos Mortari

Ronaldo Caiado, governador de Goiás (União Brasil) (Foto: Isac Nóbrega/PR)
Ronaldo Caiado, governador de Goiás (União Brasil) (Foto: Isac Nóbrega/PR)

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Uma das principais vozes críticas ao desenho de reforma tributária sobre o consumo em discussão entre governo federal e Congresso Nacional, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou, nesta segunda-feira (12), que a implementação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) − tributo que substituirá 3 impostos estaduais e municipais − provocará uma “sonegação incontida” país afora.

“A CBS (Contribuição dobre Bens e Serviços, parte da reforma que trata de tributos federais) não tem nenhuma dificuldade [de implementação]”, afirmou durante a segunda edição do Warren Institutional Day, realizado no Hotel Unique, em São Paulo (SP).

“No IBS, é um teórico que conhece pouco a realidade, a vida como ela é. A vida como ela é, no momento em que votarem 30% de IVA… A sonegação vai ser incontida. Isso vai ser uma realidade”, projetou.

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“Vocês têm que imaginar a cultura do cidadão. Sou obrigado a fazer programa de prêmio para quem pega nota fiscal. Imagine com uma alíquota de 30% [com o IVA dual]“, disse.

Para Caiado, uma das virtudes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para garantir a aprovação do novo sistema tributário foi desenhar um longo período de transição, com boa parte dos efeitos sobre estados e municípios sendo sentidos apenas na próxima década.

“Como eles jogaram para frente, a maioria [dos governadores e prefeitos em exercício] diz o seguinte: pra que vou comprar briga com o governo federal?”, observou o governador de Goiás. Caiado é um dos possíveis herdeiros do espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cotado para disputar as próximas eleições presidenciais como nome da direita.

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Durante o evento, Caiado também criticou o instrumento das emendas parlamentares impositivas, que abocanham fatia cada vez maior do Orçamento Público. “O fator determinante e que está destruindo o parlamento hoje é exatamente esse nível de abrangência de emendas impositivas, sejam elas individuais, de comissão, de bancada. Você está deformando a cultura do parlamento”, declarou.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.