Cadeirada: Datena liga para Bolsonaro após ex-presidente se solidarizar com tucano

A conversa foi intermediada pelo advogado Fabio Wajngarten, amigo pessoal e ex-ministro do governo Bolsonaro. Ex-presidente disse que tucano "não tinha alternativa" diante de provocações de Marçal

Fábio Matos

José Luiz Datena com o então presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília (Foto: Reprodução/redes sociais)
José Luiz Datena com o então presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília (Foto: Reprodução/redes sociais)

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O apresentador José Luiz Datena, candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo (SP), teve uma conversa com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no domingo (22), e agradeceu pelo apoio recebido após o episódio da cadeirada contra Pablo Marçal (PRTB) durante um debate da TV Cultura, na semana anterior.

Segundo informações do colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, a ligação foi feita por vídeo, enquanto Bolsonaro assistia ao jogo entre Vasco e Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF).

A conversa foi intermediada pelo advogado Fabio Wajngarten, amigo pessoal e ex-ministro do governo Bolsonaro.

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Datena agradeceu ao ex-presidente pelos comentários feitos por Bolsonaro após a agressão do candidato tucano a Marçal.

Na ocasião, Datena partiu para cima de Marçal após o empresário e influenciador ter acusado o tucano de assediar sexualmente uma ex-funcionária da TV Bandeirantes. O caso foi arquivado pelo Ministério Público.

Depois da agressão, Datena foi expulso do debate, e Marçal, levado diretamente para o hospital.

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“Essa bronca aí do Marçal com o Datena é lamentável sob todos os aspectos. Mas o Marçal provocou o Datena o tempo todo, com questões, realmente, que mexeram com a honra do Datena”, afirmou Bolsonaro, na sexta-feira (20), em entrevista à Rádio Auriverde Brasil.

O ex-presidente também criticou o empresário e influenciador pelo comportamento agressivo durante os debates da campanha eleitoral paulistana deste ano.

“Eu vejo o Pablo Marçal com palavras esquisitas, ofensivas, chamando de apelido. Não é assim que a banda toca. ‘Vamos lá na pancada’, ‘vamos resolver esse assunto’, ‘frouxo’, não sei o quê, ‘covarde’, ‘omisso’… É o que o Pablo Marçal usa o tempo todo, né? E usa certas coisas que eu jamais usei”, disse Bolsonaro.

“A cadeirada que ele levou, se foi merecida ou não, cada um julga como bem entender. Não achei justa, mas, como ser humano, eu entendi o Datena fazer aquilo. Não tinha mais alternativa”, completou.

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De acordo com relatos, a conversa entre Bolsonaro e Datena foi rápida e cordial.

Também na sexta-feira, em vídeo compartilhado nas redes sociais, o ex-presidente já havia criticado Marçal pela comparação feita pelo candidato do PRTB entre a cadeirada que levou de Datena e a facada desferida contra Bolsonaro, em setembro de 2018, na reta final da campanha pela Presidência da República.

“Agora, o que me deixou chocado nesse episódio é que o elemento que levou a cadeirada, que provocou, foi para as mídias sociais e comparou aquela cadeirada ao tiro no [Donald] Trump e à facada que eu levei em setembro de 2018”, criticou o ex-presidente.

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“Usar um episódio desse da cadeirada que ele provocou para buscar se comparar comigo e com o Trump, para conseguir o poder, é lamentável.”

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”