Brasil condena Israel por considerar secretário-geral da ONU “persona non grata”

De acordo com nota divulgada pelo Itamaraty, medida do governo israelense "prejudica fortemente os esforços da Organização das Nações Unidas em favor de um cessar-fogo imediato no Oriente Médio"

Agência Brasil

Prédio do Itamaraty, em Brasília (Foto: AC Moraes/Wikimedia Commons)
Prédio do Itamaraty, em Brasília (Foto: AC Moraes/Wikimedia Commons)

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O governo brasileiro lamentou e condenou a decisão do governo de Israel de declarar o secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, “persona non grata” no país.

Segundo nota divulgada nesta quinta-feira (4) pelo Ministério das Relações Exteriores, o ato “prejudica fortemente os esforços da Organização das Nações Unidas em favor de um cessar-fogo imediato no Oriente Médio, da libertação imediata e incondicional de todos os reféns e de um processo que permita a concretização da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança”.

Na quarta-feira (2), o ministro israelense dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, anunciou que, além de “persona non grata”, Guterres não pode entrar em Israel. Segundo Katz, o secretário-geral da ONU será lembrado “como uma mancha na história da ONU”.

“O ataque do governo de Israel a uma organização que foi constituída para salvar a humanidade do flagelo e atrocidades da II Guerra Mundial e para proteger os direitos humanos fundamentais e a dignidade da pessoa humana não contribui para a paz e o bem-estar das populações israelense e palestina e afasta a região de uma solução pacífica”, diz a nota do Itamaraty.

“O Brasil reafirma a importância das Nações Unidas, notadamente de sua Assembleia Geral e de seu Conselho de Segurança, nos esforços pelo cessar-fogo e por uma solução de dois Estados”, conclui a publicação.