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A disputa pela prefeitura de São Paulo (SP), eleição na qual apoia o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, também foi tema da entrevista concedida, nesta quinta-feira (15), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Rádio T, de Curitiba (PR).
O petista faz visita ao Paraná, onde tem uma série de compromissos ao longo do dia. À emissora, Lula também falou sobre economia e tratou da crise política na Venezuela.
Questionado sobre o comportamento do candidato do PRTB à prefeitura da capital paulista, o empresário e influenciador digital Pablo Marçal, que escolheu Boulos como seu alvo principal e vem atacando o deputado federal nos debates, Lula afirmou que a política brasileira foi contaminada pelo uso nocivo das redes sociais. Marçal tem mais de 12 milhões de seguidores apenas no Instagram.
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O próprio Lula foi ofendido por Marçal no debate promovido pelo portal Terra, em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo, na quarta-feira (14). A certa altura, quando respondia a Boulos, o candidato do PRTB chamou o presidente de “quadrilheiro”.
“Nós chegamos à era do fim do argumento. As pessoas não dão mais importância ao argumento, mas às bobagens que se fala em uma rede social que, de social, não tem nada. É uma rede digital onde predominam a mentira, a fake news e a maldade”, criticou Lula.
“É isso o que acontece com esses candidatos. Esses caras não têm 2 minutos de argumento para discutir um problema social, não têm 3 minutos para discutir um problema econômico”, prosseguiu o presidente.
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Lula, então, aproveitou para dar um conselho a Guilherme Boulos para os próximos debates.
“O trabalho que o Boulos tem de fazer é não dar importância para um cidadão daquele tipo. Não tem que fazer pergunta para ele nem responder pergunta. Deixa ele falar o que quiser”, afirmou.
“O que aconteceu é que a mentira, o ódio e as ofensas ganharam corpo no Brasil. Estamos vivendo este momento muito delicado e, por isso, estou tão preocupado em fortalecer a democracia”, concluiu Lula.
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O duelo Marçal x Boulos
Assim como ocorreu no encontro promovido pela TV Bandeirantes na semana passada, Marçal assumiu, no debate do Terra/Estadão, a postura de “franco-atirador” e protagonizou os embates mais acalorados com alguns dos principais adversários na disputa − sobretudo contra os nomes posicionados mais à esquerda do espectro ideológico.
Foi com Boulos que os ânimos mais se exaltaram, quando os dois candidatos trocaram ofensas e, depois de deixarem o palco, precisaram de intervenção externa para se acalmarem.
O deputado federal mencionou investigações das quais o empresário foi alvo, inclusive com uma condenação. “Você não deveria nem estar aqui. No último debate, você diria que deixaria sua candidatura se eu mostrasse sua condenação como ladrão de banco. Eu mostrei, está na rede social, mas você mostrou mais uma vez que não tem palavra”, disparou Boulos.
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Em 2010, Marçal foi apontado como suposto participante de um grupo que teria desviado dinheiro de bancos em meados de 2005 – na época, ele tinha 18 anos. Marçal reconheceu que chegou a colaborar com o grupo, mas sempre garantiu não ter conhecimento de qualquer ilegalidade praticada. Ele foi condenado, mas teve a pena extinta em 2018, por prescrição retroativa.
“Você está me confundindo com o quadrilheiro chamado Luiz Inácio Lula da Silva e as pessoas que você tanto apoia, como José Genoino, José Dirceu… Você é o PT Kids na prefeitura de São Paulo”, rebateu Marçal.
“Não tem condenação. Isso foi prescrito. Eu trabalhei para um cara consertando computadores, já falei isso há anos”, prosseguiu o candidato do PRTB. “Por que você não pediu sua música no Fantástico, já que você foi preso 3 vezes?”, provocou Marçal.
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Boulos rebateu. “Você é um mentiroso compulsivo. É viciado em mentir, é impressionante. Você vem para o debate para tumultuar. Você é o Padre Kelmon dessa eleição. Você é uma caricatura”, disse o candidato do PSOL, comparando Marçal ao candidato do PTB nas eleições presidenciais de 2022. “Eu sou o Padre Kelmon e vou exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho”, disse retirando o objeto do bolso do paletó. “Nunca trabalhou, é um vagabundo desta nação”, prosseguiu Marçal.
O candidato do PRTB, então, voltou a fazer ilações e insinuou, sem provas, que Boulos seria usuário de drogas. “Eu vou mostrar que você é o maior aspirador de pó da cidade de São Paulo”, atacou. “É indignante. Esse sujeito não tem limite”, disparou Boulos. “Não tem limite ético e moral, é uma pessoa rebaixada. Às vezes, fico em dúvida se você é mau caráter ou um psicopata”, completou o deputado. “Você é um mentiroso, canalha, alguém que não vale nada.”