Boulos fala em “apagão de prefeito” em SP; Nunes rebate: “Não houve nenhuma falha”

Nesta segunda-feira (14), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) trocaram farpas publicamente e comentaram a crise de falta de energia na capital paulista

Fábio Matos

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) (Foto: Reprodução)
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) (Foto: Reprodução)

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Em meio ao caos vivido pela população paulistana desde a última sexta-feira (11), quando um forte temporal atingiu a Grande São Paulo e causou alagamentos, destruição e queda de energia em vários locais, o tema do “apagão” na maior cidade do Brasil entrou, definitivamente, na pauta eleitoral.

Nesta segunda-feira (14), dia do primeiro debate entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) neste segundo turno, ambos os candidatos trocaram farpas publicamente e comentaram a crise de falta de energia na capital paulista.

Durante uma agenda de campanha na zona sul de São Paulo, nesta manhã, Ricardo Nunes, candidato à reeleição, rebateu as críticas à gestão municipal e disse que a prefeitura vem fazendo todos os esforços necessários para diminuir o sofrimento dos paulistanos.  

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Nós tínhamos um plano de contingência que a gente colocou para operar na sexta-feira. Temos 4 mil pessoas ativas nas ruas, cuidando de corte, de remoção de árvore, de limpeza e varrição”, afirmou Nunes.

“Portanto, a prefeitura é muito ativa em todo o processo. Não existe falha da prefeitura. Não existe absolutamente nenhuma falha”, assegurou o emedebista.

Ainda de acordo com Nunes, o atual governo podou “mais de 600 mil árvores” em toda a cidade, o que, diante de ventos de mais de 100 quilômetros por hora, nem sempre é suficiente.

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“Nós temos hoje 6 mil ordens de serviço paradas, dependendo da Enel, para fazer a poda das árvores, porque quando a árvore está em contato com a energia elétrica, é necessário fazer o desligamento da energia para poder fazer aquele trabalho. O que tem hoje de arvores caídas em vias que estão atrapalhando a mobilidade só não foram removidas porque depende da Enel fazer o desligamento da energia para poder fazer o serviço”, complementou o prefeito, voltando a criticar a concessionária.

“A prefeitura fez tudo aquilo que foi necessário para que a gente pudesse minimizar os impactos negativos na população”, concluiu Nunes.

“Apagão de prefeito”, diz Boulos

O candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, manteve o tom duro nas críticas ao adversário e responsabilizou a gestão de Ricardo Nunes pela falta de atendimento à população durante a crise.

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“O que estamos vivendo hoje na cidade de São Paulo, além do apagão da Enel, é um apagão de prefeito. O manejo arbóreo é responsabilidade da prefeitura, e ela não faz. “Há um ano, alertamos sobre a necessidade de podas, e nada foi feito”, acusou Boulos.

“[Ricardo Nunes] Não conseguiu nem botar de pé uma licitação de poda de árvore, que foi inicialmente suspensa pelo Tribunal de Contas do Município por uma suspeita de fraude, de corrupção. Eles não conseguiram botar de pé uma licitação de poda e, hoje, a cidade paga o preço da incompetência, da falta de prefeito”, completou o deputado.

Ricardo Nunes e Guilherme Boulos estarão frente a frente no primeiro debate do segundo turno das eleições em São Paulo, nesta segunda-feira, a partir das 22h35, na TV Bandeirantes.

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Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”