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Histórico defensor do chavismo na Venezuela, o deputado federal Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo (SP), mudou o tom e agora diz ver “indícios fortes de fraude” na eleição presidencial do país vizinho, vencida por Nicolás Maduro, no fim de julho.
Maduro foi declarado vencedor das eleições presidenciais na Venezuela, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), supostamente derrotando o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia.
O resultado foi recebido com perplexidade pela grande maioria dos países democráticos ocidentais, já que o candidato oposicionista aparecia bem à frente de Maduro em todas as pesquisas dos principais institutos.
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A oposição acusou o regime de fraudar a eleição, e diversos órgãos independentes internacionais apontaram irregularidades no pleito. Vários países, como os Estados Unidos, não reconheceram a vitória de Maduro. Até mesmo o Brasil, aliado histórico do regime chavista, não reconheceu o pleito até o momento.
“Esta eleição [de 2024], que está sendo questionada por quase todos os governos do mundo, inclusive o brasileiro, é uma outra história. Há indícios fortes de fraude na eleição da Venezuela”, afirmou o candidato do PSOL, em entrevista à CNN Brasil, nesta terça-feira (20).
“Se permanecer um presidente que foi eleito numa eleição sem transparência, ele não é legítimo”, prosseguiu Boulos, referindo-se ao ditador Nicolás Maduro. “Como não seria legítimo, no Brasil, o [Jair] Bolsonaro tentar dar um golpe e virar a mesa da eleição como ele tentou”, completou o deputado.
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Na entrevista, Boulos foi questionado sobre seu posicionamento favorável ao regime chavista no passado. O candidato do PSOL afirmou que, na época, Maduro era reconhecido como presidente legítimo da Venezuela por países como Brasil e Estados Unidos.
Nos últimos meses, Boulos vem ensaiando uma mudança de postura em relação à Venezuela. No início de agosto, por exemplo, o deputado afirmou que o sistema político do país não era o seu “modelo de democracia”.