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No 7º debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo (SP), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) fizeram menção aos seus principais cabos eleitorais como aliados relevantes para eventuais parcerias, caso se saiam vitoriosos da disputa nas urnas em outubro.
No evento, realizado por SBT, Terra e Nova Brasil FM, Boulos apostou no apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e no nome de sua vice, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), na elaboração de políticas públicas em habitação popular.
Ele citou os dois petistas ao ser questionado por jornalista sobre os impactos de seu passado como militante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) sobre o relacionamento com a Guarda Civil Metropolitana (GCM) caso seja eleito prefeito.
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Na reposta, Boulos também minimizou qualquer atrito com a corporação, disse ter ex-integrantes dela em sua campanha e voltou a defender sua postura na militância ao lado de moradores durante ações de despejo.
“Hoje, o maior empreendimento de habitação que está sendo feito na cidade de São Paulo é lá em Itaquera. [São] 2.150 apartamentos, fruto de uma parceria do Movimento Sem Teto com o governo federal”, afirmou
“Ter o apoio do presidente Lula vai nos ajudar muito a resolver o problema de moradia na cidade de São Paulo. Ter a Marta Suplicy como vice, dos CEUs, do Bilhete Único, com a experiência que tem, também vai ajudar a lidar com esses problemas”, prosseguiu.
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Já Nunes citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante direito de resposta ao abordar o tema da segurança pública.
“O que a gente precisa fazer na questão da segurança? Fazer o que eu e o Tarcísio estamos fazendo. Coloquei 2 mil guardas civis metropolitanos a mais, armei a GCM, coloquei pistola automática, fuzil. Estamos fazendo o Smart Sampa, um sistema em que teremos 20 mil câmeras na cidade, com reconhecimento facial. Um estuprador passou, as câmeras vão detectar e [a polícia] vai fazer a prisão. Identificar placas com registro de roubo e furto”, disse.
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O candidato à reeleição, no entanto, não fez qualquer menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o debate. Em uma das interações com Boulos, ele foi provocado por uma mudança de posição em relação à obrigatoriedade da vacina contra Covid-19 ─ regra adotada pela própria prefeitura de São Paulo (SP) para permitir acesso a determinados estabelecimentos durante os momentos mais agudos da pandemia.
“Nesses dias, vi Ricardo Nunes dizendo que errou ao defender vacinação obrigatória. A vacinação foi tão importante na pandemia, e agora, para agradar aliados políticos, ele diz que não defende mais”, disse Boulos. O parlamentar afirmou, ainda, que as posições de seu adversário “variam de acordo com a eleição”.
Em resposta, Nunes defendeu as medidas adotadas pela prefeitura de São Paulo durante a pandemia de Covid-19, mas, em tom de mea culpa, indicou não concordar com a adoção de passaporte de vacina. “Sou eu o prefeito que tornou São Paulo a capital mundial da vacina. O que falei é que a gente precisa sempre corrigir aquilo que às vezes erramos, que foi a questão do passaporte. Eu não preciso obrigar as pessoas, para ir numa igreja, ter que apresentar o passaporte”, afirmou.
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As falas são um aceno de Nunes a um eleitorado mais conservador e que votou majoritariamente em Jair Bolsonaro no último pleito presidencial. O prefeito tenta atrair votos deste grupo, em disputa direta com o influenciador Pablo Marçal (PRTB), mas também evita vincular muito claramente seu nome à figura de Bolsonaro, em razão de uma preocupação de contágio com a rejeição do ex-mandatário na capital paulista.