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O candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo (SP), Guilherme Boulos, admitiu que, caso vença a eleição de outubro deste ano, pode vir a negociar eventual apoio de partidos que compõem o chamado “centrão”ao seu governo.
Ao participar de sabatina promovida pela GloboNews, na noite de quarta-feira (28), o deputado federal rechaçou o rótulo de “radical”, se disse aberto ao diálogo com forças políticas de centro e centro-direita e, embora tenha descartado “o “loteamento” de uma eventual gestão, afirmou que pode compor com legendas do centrão na Câmara Municipal.
Atualmente, o centrão é composto por partidos como PP, Republicanos, Solidariedade e PTB – todos localizados mais à direita no espectro político.
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“Logicamente, para se obter maioria na Câmara Municipal, é preciso dialogar e ampliar com outros partidos. Ninguém governa à força de pancada. Eu vou dialogar com quem for preciso”, garantiu Boulos. “Quando você traz um partido para a base [aliada], não tem como fazer isso sem compartilhar espaços de governo.”
Segundo o candidato do PSOL, o que não estará em jogo são os compromissos centrais assumidos em sua campanha.
“Do que não abro mão? Executar o programa de governo eleito na urna. Isso é inegociável. Não quero ser prefeito para ficar sentado numa cadeira assinando papel. Segundo: transparência. Não serei leniente com nenhum tipo de esquema”, disse Boulos.
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O deputado destacou sua atividade parlamentar, na qual muitas vezes teve de dialogar e negociar com lideranças de partidos conservadores.
“Eu estive, no ano passado, entre os 10 deputados que mais aprovaram projetos. Tiveram votos do PSOL, do PT, mas também do MDB, do União, do Republicanos. No Congresso, se você não dialogar, você não aprova nem mudança de nome de rua”, afirmou.
Na entrevista, Boulos reiterou que, se eleito prefeito de São Paulo, pretende convocar uma reunião com o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para tratar de possíveis medidas de combate ao crime organizado na capital.
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Tarcísio é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoia a candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB) à reeleição. Lula, por sua vez, é o principal cabo eleitoral de Boulos.
Acusações de Marçal
Durante a sabatina, Guilherme Boulos foi questionado sobre as acusações do candidato do PRTB, Pablo Marçal, que desde o início da campanha vem associando o nome do deputado ao suposto consumo de drogas. Marçal já chamou Boulos de “cheirador de cocaína”.
“Ele queria jogar com essa confusão. Ele disse que soltaria [provas] disso no último debate, dois dias antes da eleição, logicamente, para não dar tempo, para jogar com a confusão, com a desinformação, Isso impacta, obviamente, o resultado eleitoral”, criticou Boulos.
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Reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo mostrou que, na verdade, Marçal estaria se baseando em um processo envolvendo um homônimo do candidato do PSOL – um candidato a vereador pelo Solidariedade, Guilherme Bardauil Boulos. O nome completo do deputado federal é Guilherme Castro Boulos. Segundo o candidato do PSOL, Marçal teria agido de “má-fé”, mas foi “desmascarado”.
“A nossa campanha tem crescido, apesar de um bombardeio de fake news nas redes sociais e de um bombardeio de uso da máquina pública por parte do prefeito [Ricardo Nunes]. Minha rejeição está ligada à caricatura que fizeram ao meu respeito e eu tenho o desafio de desfazer isso”, afirmou.