O candidato do Republicanos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, negou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha qualquer participação em uma eventual administração no estado, a partir de 2023.
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Em entrevista à Rádio Eldorado e ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-ministro da Infraestrutura rebateu as declarações de seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT), que afirmou que Tarcísio “vai fazer o que Bolsonaro mandar” caso seja eleito governador.
“Eu nunca tive a interferência do presidente Bolsonaro [no ministério]. Verdade seja dita. Nunca ele me disse: ‘bote aqui o fulano, bote lá o sicrano’”, afirmou Tarcísio.
“Qual vai ser a participação do presidente no governo Tarcísio no estado de São Paulo? Nenhuma. O governo vai ser meu. Vou trabalhar, caso eleito, para montar um secretariado absolutamente técnico”, prosseguiu o ex-ministro.
Tarcísio disse ainda que não está negociando cargos com os partidos que compõem sua coligação ou que declararam apoio a ele no segundo turno.
“Não estou oferecendo cargos ou secretarias para ninguém. Eu posso acolher uma indicação, desde que tenha densidade técnica, conhecimento de causa e, do ponto de vista da integridade, não tenha nenhuma mácula”, afirmou.
Roberto Jefferson
Na entrevista, o candidato do Republicanos ao Palácio dos Bandeirantes comentou o episódio envolvendo o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), preso no domingo (23) depois de fazer disparos e lançar granadas contra policiais federais.
Tarcísio defendeu o direito de os cidadãos obterem o porte e a posse de armas de fogo, de acordo com a legislação, mas condenou o ataque de Jefferson.
“No caso do Roberto Jefferson, a gente percebe que ele estava numa situação de irregularidade. Não podemos comparar quem está fora da lei com aquele que está dentro da lei”, afirmou Tarcísio. O ex-deputado estava com sua licença para usar armamentos suspensa.
“O que aconteceu foi absolutamente lamentável sob todas as dimensões, primeiro pelo ataque a uma ministra do Supremo Tribunal Federal [Cármen Lúcia, chamada de “prostituta” pelo ex-deputado em um vídeo divulgado nas redes sociais] e pela reação à ordem de prisão”, criticou Tarcísio.
Para o ex-ministro da Infraestrutura, “quem ataca a polícia é bandido”. “Eu entendo que ele tem obviamente que pagar por isso, pagar como um criminoso, responder criminalmente. Acho que extrapolou muito. O que a gente deseja é restabelecer a harmonia na sociedade”, finalizou.