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SÃO PAULO – Apesar do agravamento da pandemia de covid-19 e da percepção majoritariamente negativa do eleitor sobre a gestão da crise por parte do governo federal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) manteve praticamente inalterado seu patamar de aprovação. É o que mostra a rodada de dezembro da pesquisa XP/Ipespe.
Segundo o levantamento, 38% dos entrevistados avaliam a atual administração como ótima ou boa. Já 35% a classificam como ruim ou péssima. Os dois grupos oscilaram positivamente 1 ponto percentual em relação à fotografia de novembro. Outros 25% consideram a gestão regular – 3 pontos percentuais abaixo no mesmo comparativo.
A pesquisa ouviu 1.000 eleitores entre os dias 7 e 9 de dezembro por meio de entrevistas telefônicas conduzidas por entrevistadores. A margem de erro máxima é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
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De acordo com o levantamento, 40% acreditam que o restante do mandato de Bolsonaro será ótimo ou bom – oscilação positiva de 3 pontos percentuais em relação ao mês anterior e mesmo patamar registrado em agosto. Outros 33% esperam uma gestão ruim ou péssima, ante 35% em novembro.
As perspectivas favoráveis contrastam com o aumento da preocupação dos brasileiros com a pandemia do novo coronavírus. Para 77%, o Brasil irá enfrentar uma segunda onda da doença. O percentual dos que se dizem com um pouco ou muito medo agora soma 76% dos entrevistados, e 48% acreditam que o pior ainda está por vir. E 48% avaliam negativamente a atuação de Bolsonaro durante a crise.
Mesmo criticado sobre a forma como tem atuado frente à pandemia, Bolsonaro é visto pelos eleitores como melhor do que seus três antecessores imediatos: Michel Temer (44% a 23%), Dilma Rousseff (48% a 31%) e Lula (44% a 36%). Já em relação ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o mandatário aparece numericamente atrás, mas em situação de empate técnico: 35% contra 36%.
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Para a maioria (26%), a área em que o governo Bolsonaro se saiu pior foi a saúde, seguida pelo meio ambiente (11%). No sentido oposto, combate à corrupção (14%) e economia (14%) foram apontadas como as melhores – embora a primeira tenha sofrido um tombo de 7 pontos percentuais em relação a dezembro do ano passado.
Eleições
Os entrevistados também foram questionados sobre intenção de voto para a corrida presidencial de 2022. Como ainda faltam dois anos para o pleito, não há clareza sobre as candidaturas e como os partidos se movimentarão até lá. As eleições também seguem distantes do imaginário popular.
No cenário espontâneo, em que o eleitor aponta seu candidato sem que nomes sejam apresentados pelo entrevistador, Bolsonaro lidera com 24% das indicações. Ele é seguido pelo ex-presidente Lula (6%), pelo ex-ministro Ciro Gomes (3%) e pelo ex-prefeito Fernando Haddad (2%). O ex-juiz federal Sérgio Moro é citado por 1%, enquanto 54% não responderam e 7% apontaram voto em branco ou nulo.
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Já em uma simulação estimulada, Bolsonaro aparece com 29% das intenções de voto. Ele é seguido por quatro possíveis candidatos em situação de empate técnico: Haddad (12%), Moro (11%), Ciro (9%) e o apresentador de televisão Luciano Huck (7%).
Apontado como uma das surpresas nas eleições municipais, o líder dos sem-teto Guilherme Boulos é citado por 5%, 1 ponto percentual a mais que o governador paulista João Doria. O empresário João Amoêdo (3%) aparece logo atrás, seguido pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (2%). Todos eles também estão em situação de empate técnico.
Outros 19% disseram que votariam em branco ou anulariam o voto nesta simulação se o pleito fosse hoje.
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Foram feitas seis simulações de segundo turno. Nas cinco em que seu nome é testado, Bolsonaro lidera: contra Lula (45% a 35%), Huck (40% a 33%), Ciro (43% a 36%), Boulos (47% a 31%) e Moro (36% a 34%) – neste último caso, em condição de empate técnico.
Em outra simulação, Moro derrotaria Haddad por 45% a 27%.
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