Publicidade
Jair Bolsonaro (PL) levou sua esposa, Michelle, até o aeroporto de Brasília neste sábado (18), onde ela embarca para os Estados Unidos para representar o marido na cerimônia de posse de Donald Trump. O ex-presidente disse estar constrangido por não poder comparecer ao evento em Washington, na segunda-feira (20).
O passaporte de Bolsonaro foi retido em fevereiro de 2024 no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. Naquele momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que havia risco de fuga e na rejeição dos pedidos para devolvê-lo neste começo do ano, a decisão diz que o risco se mantém.
Em suas falas à imprensa, o ex-presidente criticou Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe. “Eu enfrento enorme perseguição política”, afirmou. “Não pode uma pessoa no STF ser o dono da verdade e decidir o que faz com a vida de quem quer que seja.”
Bolsonaro se disse constrangido por não estar com a esposa e os filhos para a posse do republicado. “Pré acertei encontros com chefes de Estado e não vou poder comparecer”, disse.
Foram feitos dois pedidos de liberação do passaporte ao STF. Nas negativas, o ministro Alexandre de Moraes escreveu que as condições que fizeram com que o passaporte fosse apreendido se mantêm, e que não há interesse público na viagem do ex-presidente.
O ex-chefe do Executivo brasileiro disse esperar o apoio do presidente eleito nos EUA para reverter sua inelegibilidade. “Com toda certeza, se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil afastando inelegibilidades políticas, como essas duas minhas que eu tive”, disse.
Continua depois da publicidade
Bolsonaro não detalhou como Trump poderia alterar as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o declararam inelegível por oito anos.
Michelle afirmou em sua passagem pelo aeroporto que o marido está sendo perseguido e que “eles têm um certo medinho” de Bolsonaro, por ele ser “o maior líder da direita brasileira”. Ela, porém, não explicou a quem seriam “eles”.