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A manifestação organizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no último domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), foi considerada “grande” e vista como uma demonstração de força pela maior parte dos eleitores brasileiros com conhecimento sobre os atos. É o que mostra pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (28).
Segundo o levantamento, 53% dos entrevistados estavam sabendo da manifestação. Deste grupo, 68% viram o ato como expressivo, contra apenas 6% que tiveram avaliação oposta. Entre aqueles que afirmam ter votado em Bolsonaro em 2022, 89% disseram que o evento foi “grande” − quase o dobro daqueles que declararam apoio em Lula no pleito (46%). Dos eleitores de Lula, apenas 13% julgaram o ato “pequeno”.
As estimativas sobre o tamanho do público presente na manifestação variaram significativamente. De um lado, a visão mais otimista para os bolsonaristas indicou que o evento reuniu entre 650 mil e 750 mil pessoas, segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP-SP). Já o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), apontou contingente de 185 mil presentes.
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A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira mostrou, ainda, que 56% dos eleitores que souberam das manifestações avaliaram que elas estiveram dentro dos limites da lei. Outros 27% discordaram. Entre os eleitores de Bolsonaro, os grupos somaram 87% e 6%, respectivamente. Já entre os que votaram em Lula, eles ficaram em 28% e 51%, na mesma ordem. Os resultados reforçam a percepção de cristalização da polarização política no país.
Para a metade dos entrevistados inteirados no assunto, Bolsonaro sai mais forte do evento, enquanto 26% enxergam o oposto. Outros 14% dizem que o ex-presidente não sai nem mais forte, nem mais fraco, ao passo que 11% não responderam.
Segundo o levantamento, 48% acreditam que a manifestação não terá influência sobre o andamento das investigações da Polícia Federal contra Bolsonaro e aliados. Outros 34% acreditam que o ritmo das apurações deve se intensificar, enquanto 11% esperam por um esfriamento. O ex-presidente é alvo de investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Três dias antes dos atos, ele foi à sede da corporação em Brasília para depor sobre o caso, mas optou por permanecer em silêncio.
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A maioria dos entrevistados concorda com a afirmação de que Bolsonaro participou de um plano de golpe (47%) e discorda que ele seja alvo de uma perseguição (53%). Também é majoritária a avaliação que a Justiça acertou ao torná-lo inelegível (51%).
Como foi feita a pesquisa?
Foram ouvidos 2.000 eleitores com idade para votar, por meio de entrevistas face a face em todas as regiões do País. A margem de erro máxima, segundo o instituto, é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
O nível de confiança da pesquisa é de 95%, o que significa dizer que, se ela tivesse sido feita mais de uma vez dentro do mesmo período de coleta e sob condições idênticas, esta seria a probabilidade de o resultado se repetir dentro da margem de erro.