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BRASÍLIA (Reuters) – Em mais um evento com ares de comício, nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a elevar o tom contra a Justiça Eleitoral.
“Podem ter certeza que, por ocasião das eleições de 2022, os votos serão contados no Brasil. Não serão dois ou três que decidirão como serão contados esses votos”, discursou Bolsonaro em evento em Parnamirim (RN).
Mesmo sem citar diretamente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou as urnas eletrônicas, alvos preferenciais dos seus ataques até setembro do ano passado, Bolsonaro tem voltado a levantar suspeitas indiretas sobre o sistema eleitoral.
Bolsonaro aparece em segundo lugar em todas as pesquisas eleitorais, com uma distância em torno de 15 pontos percentuais do primeiro colocado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No segundo turno, perde por margem maior para o petista.
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A medida que as eleições, marcadas para outubro, se aproximam, Bolsonaro volta a elevar o tom, com ameaças veladas em relação ao sistema eleitoral e também ao uso de um suposto apoio dos militares a ele.
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“E nós que lá atrás –digo nós, militares, das Forças Armadas e das forças auxiliares, que têm muitos aqui presentes– juramos dar a nossa vida pela pátrias daremos agora a nossa vida pela liberdade”, disse.
Em 2021, com a popularidade em queda e acossado pelas denúncias que surgiam na CPI da Covid, Bolsonaro aumentou as ameaças gradativamente, acusando, sem provas, supostas fraudes nas urnas eletrônicas de fraude e o TSE de esconder a apuração das eleições, além de encenar ameaças de um golpe.
A pressão chegou ao auge com manifestações a favor do governo, chamadas pelo próprio presidente, nas comemorações do 7 de Setembro. Com Bolsonaro em palanques ameaçando as instituições e ministros do Supremo Tribunal Federal, a reação do Congresso e da Justiça levou o presidente a recuar.
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Nas últimas semanas, em clima de campanha –mesmo que, até agosto a lei não permita manifestações eleitorais– Bolsonaro voltou a levantar os fantasmas das fraudes em eleições e do apoio militar, mesmo que não tão explicitamente.
Em seu discurso desta quarta, Bolsonaro voltou a colocar um suposto “lado do bem” contra o mal, nas próximas eleições, na disputa contra a esquerda.
“A luta não é da esquerda contra direita, é do bem contra o mal. E o bem sempre venceu. E dessa vez não será diferente, o bem vencerá”, afirmou.
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Bolsonaro tem intensificado as viagens, especialmente para a região Nordeste, onde tem a pior avaliação e os piores resultados nas pesquisas eleitorais. Na semana passada foi ao Ceará e Pernambuco e, na anterior, a Bahia.