Bolsonaro critica Marçal por comparar cadeirada com facada e pede voto em Nunes em SP

“Usar um episódio desse da cadeirada que ele provocou para buscar se comparar comigo e com o Trump, para conseguir o poder, é lamentável”, afirmou o ex-presidente sobre o candidato do PRTB

Fábio Matos

Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República (Foto: Carla Carniel/Reuters)
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República (Foto: Carla Carniel/Reuters)

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Cabo eleitoral do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a mirar sua artilharia no empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), que também disputa o pleito na maior cidade do Brasil.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Bolsonaro voltou a criticar Marçal, desta vez pela comparação feita pelo candidato do PRTB entre a cadeirada que levou de José Luiz Datena (PSDB), em debate na TV Cultura no domingo (15), e a facada desferida contra Bolsonaro em setembro de 2018, na reta final da campanha pela Presidência da República.

No domingo, em pleno debate da TV Cultura, Datena partiu para cima de Marçal após o empresário e influenciador ter acusado o tucano de assediar sexualmente uma ex-funcionária da TV Bandeirantes. O caso foi arquivado pelo Ministério Público.

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Depois da agressão, Datena foi expulso do debate, e Marçal, levado diretamente para o hospital.

“Por ocasião de um debate aí em São Paulo, dois candidatos se desentenderam. Um provocou o outro no limite, e o provocado, não resistindo, foi para cima do outro e deu-lhe uma cadeirada. Condeno a cadeirada e condeno a provocação também, feita de forma vil”, diz Bolsonaro na gravação.

“Agora, o que me deixou chocado nesse episódio é que o elemento que levou a cadeirada, que provocou, foi para as mídias sociais e comparou aquela cadeirada ao tiro no [Donald] Trump e à facada que eu levei em setembro de 2018”, criticou o ex-presidente.

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Segundo Bolsonaro, há “uma diferença muito grande” entre a cadeirada de Datena em Marçal e os atentados sofridos por Trump e por ele próprio.

“Usar um episódio desse da cadeirada que ele provocou para buscar se comparar comigo e com o Trump, para conseguir o poder, é lamentável”, afirmou.

Além de criticar Marçal, Bolsonaro reiterou seu apoio a Ricardo Nunes e pediu voto para o prefeito de São Paulo, que vem aparecendo na liderança das pesquisas de intenção de voto, ao lado do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Marçal, que perdeu fôlego nas últimas semanas, tem aparecido atrás dos dois concorrentes.

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“Podemos, hoje em dia, votar e errar. Mas, quando você vota já sabendo que vai errar, tem uma diferença muito grande. Eu apelo a vocês: votem não com o coração e a emoção, mas com a razão. Não entrem na pilha de provocações, de fake news, de fazer meme, recortes e buscar espaço para chegar ao poder”, pediu Bolsonaro.

“Quem está mais preparado para governar São Paulo? O vice do Ricardo Nunes foi indicado por mim, o coronel Mello Araújo, que esteve à frente da respeitadíssima Rota e botou moral e ordem no Ceagesp”, completou.

Estagnado nas pesquisas

Após dar um salto nas pesquisas de intenção de voto, chegando ao primeiro pelotão com Nunes  e Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal perdeu tração nas últimas semanas.

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Segundo o levantamento do Datafolha divulgado na quinta-feira (19), o candidato do PRTB manteve os 19% de intenção de voto da pesquisa anterior, em terceiro lugar. Nunes tem 27%, e Boulos, 26% – os dois estão tecnicamente empatados na liderança.

Já no levantamento da Quaest, divulgado na quarta-feira (18), Marçal foi de 23% para 20% e ficou mais distante de seus dois principais adversários. Nunes manteve 24% das intenções de voto, e Boulos oscilou de 21% para 23%.

Fábio Matos

Jornalista formado pela Cásper Líbero, é pós-graduado em marketing político e propaganda eleitoral pela USP. Trabalhou no site da ESPN, pelo qual foi à China para cobrir a Olimpíada de Pequim, em 2008. Teve passagens por Metrópoles, O Antagonista, iG e Terra, cobrindo política e economia. Como assessor de imprensa, atuou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Cultura. É autor dos livros “Dias: a Vida do Maior Jogador do São Paulo nos Anos 1960” e “20 Jogos Eternos do São Paulo”