Bolsonaro compara vandalismo golpista em Brasília a manifestações da esquerda e repudia “acusações sem prova”

Pelo Twitter, ex-presidente disse que, durante seu governo, sempre esteve "dentro das quatro linhas da Constituição" e respeitou a democracia

Marcos Mortari

Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República (Foto: Flicker Oficial - Palácio do Planalto/ Alan Santos/PR)
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República (Foto: Flicker Oficial - Palácio do Planalto/ Alan Santos/PR)

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se manifestou pelo Twitter, na noite deste domingo (8), sobre atos golpistas de apoiadores em Brasília, que entraram na Esplanada dos Ministérios, invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) e deixaram rastros de destruição em atos de vandalismo no centro do poder da política nacional.

As ações golpistas ocorrem uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República e seguem uma série de declarações (e muitas vezes o silêncio conivente) de Bolsonaro que estimulavam o comportamento de seus apoiadores mais radicais, que não aceitam o resultado das eleições de outubro de 2022.

Pelas redes sociais algumas horas após os atos, Bolsonaro compara as “depredações e invasões de prédios públicos” observados hoje na capital federal com manifestações ocorridas em 2013 e 2017, cuja responsabilidade ele atribui à esquerda.

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“Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, disse.

Bolsonaro também repetiu seu discurso de que, ao longo dos quatro anos de mandato à frente do Palácio do Planalto, teria atuado “dentro das quatro linhas da Constituição” e rebateu os ataques sofridos por seu sucessor.

“Ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade”, afirmou. “No mais, repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil”.

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No discurso em que anunciou intervenção federal sobre a segurança pública do Distrito Federal, o presidente Lula culpou o antecessor pelos atos de vandalismo. “Isso também é da responsabilidade dele, dos partidos que sustentam ele e tudo isso vai ser apurado com muita força e muita rapidez”, afirmou.

Desde que foi derrotado nas eleições de 2022, Bolsonaro nunca fez um discurso acima de qualquer dúvida com reconhecimento explícito ao resultado das urnas – o que críticos dizem que teria contribuído para atos de vandalismo de apoiadores golpistas.

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Dois dias antes do fim de seu mandato, ele viajou para a Flórida, nos Estados Unidos, para não ter que passar a faixa presidencial a Lula. O petista, então, organizou o evento de sua posse com o gesto sendo realizado por grupos representativos da sociedade brasileira.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.