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SÃO PAULO – As pesquisas eleitorais estão apontando uma vitória de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições que acontece neste domingo (28). Por acreditarem que é o candidato mais reformista e comprometido com a agenda de austeridade fiscal, analistas e investidores seguem otimistas. Mas e se o jogo virasse e Fernando Haddad (PT) colocasse a faixa de presidente? Como acordaria o mercado na segunda-feira?
Em entrevista ao programa Papo com Gestor, Bernardo Zerbini, gestor da AZ Quest, afirmou que resultado seria “uns dois, três Joesley Days”, diz referindo-se ao dia 18 de maio de 2017, quando houve a divulgação de áudios entre o dono da JBS, Joesley Batista, e o presidente Michel Temer (MDB). Na data, o Ibovespa afundou 8,80% e acionou o circuit breaker. Confira a entrevista completa aqui.
Desde a última semana de setembro, quando Bolsonaro começou a avançar nas pesquisas eleitorais, o Ibovespa tem se valorizado. Em outubro, por exemplo, já sobe 7%. Tudo, porém, iria por água abaixo caso o resultado das urnas fosse diferente.
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Zerbini explica que se Haddad vencer as eleições, haverá uma queda muito brusca do Ibovespa, acionando um circuit breaker tanto na bolsa, quanto nos juros e no câmbio. Circuit breaker é uma ferramenta de segurança utilizada para interromper as operações e dar um tempo para ‘acalmar’ o mercado. Quando ocorrem fortes quedas nos preços das ações, como no “Joesley Day”, por exemplo, ela é acionada.
Quando o Ibovespa apresenta uma queda superior a 10%, o primeiro circuit breaker é acionado e as atividades são interrompidas por 30 minutos. O mesmo movimento acontece quando as operações forem reabertas e houver uma continuidade da queda, seja ela acumulada em 15% ou em 20%, podendo estender o tempo de suspensão das operações para no mínimo uma hora. Se após a segunda paralisação o Ibovespa estender a queda para 20%, as negociações são interrompidas e voltam apenas no próximo pregão
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Para acionar o circuit breaker, o Ibovespa, que já subiu muito e está na casa dos 84.500 pontos, teria que recuar para os 76.050 pontos – o que não seria muita coisa, visto que estávamos nesse patamar há dois meses. O problema, porém, seria após o circuit breaker. “A reação seria imensurável”, afirma Zerbini.
Na opinião de Sergio Silva, também gestor na AZ Quest, a reação negativa do mercado está relacionada ao fato das propostas de Haddad serem contrárias às esperadas pelo investidores para “colocar a economia de volta nos trilhos”.
“São ideias de um modelo que está esgotado. Não é que o PT não seja capaz de fazer uma reforma, mas a dúvida que temos é se a reforma que eles estariam dispostos a fazer seria na intensidade que a gente precisa para migrarmos de um modelo que faliu”, diz.
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