BNDES assina acordo com Cepal e defende fortalecer cooperação entre países da América Latina

Mercadante também anunciou projeto de criação de um centro de formação para gestores públicos brasileiros e latino-americanos

Estadão Conteúdo

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que o presidente da instituição de fomento, Aloizio Mercadante, assinou nesta segunda-feira, 4, um memorando de entendimento junto com o secretário-executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) da Organização das Nações Unidas (ONU), José Manuel Salazar-Xirinachs, com o objetivo de que as duas instituições realizem parceria técnica para desenvolvimento de pesquisas e publicação de trabalhos conjuntos. O acordo foi firmado durante evento de celebração dos 75 anos da Cepal, em Santiago, no Chile.

“A América Latina precisa buscar mais interações entre os países do Sul global, como temos feito, por exemplo, no Brasil, na política externa do presidente Lula, em fortalecer e ampliar os BRICS. Acho que esse novo cenário de mudança geopolítica, junto com uma mudança do padrão tecnológico numa indústria 4.0 e da crise climática, abre um espaço para a América Latina se reposicionar”, disse Mercadante, segundo a nota oficial do banco de fomento.

De acordo com o perfil do BNDES em uma rede social, Mercadante defendeu, durante o evento, o papel da Cepal como “um centro de referência fundamental no pensamento econômico desenvolvimentista, estruturalista e inovador, que combina desenvolvimento econômico e combate à desigualdade” no continente.

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“Precisamos integrar as cadeias de valores da região. Precisamos de parceria entre as empresas. Identificar a infraestrutura que pode acelerar o processo de integração econômica, comercial e buscar criar instrumentos de financiamento e facilitar esses investimentos regionais”, discursou Mercadante no evento.

Quanto à transição ecológica, o executivo defendeu ainda que haverá financiamento se houver bons projetos. “Tem dinheiro disponível, liquidez, como financiar a mercado, especialmente coordenado por bancos públicos. Precisamos é de bons projetos, mais coordenação e integração regional”, citou.

O banco de fomento ressaltou ainda o posicionamento do executivo sobre o papel das instituições financeiras governamentais: “O objetivo do banco público não é o resultado imediato, mas o desenvolvimento, a inovação. Ele pensa a longo prazo”, declarou.

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Mercadante anunciou ainda na ocasião o projeto de criação de um centro de formação para gestores públicos brasileiros e latino-americanos. Quanto às atividades de cooperação, o documento institui o Grupo de Trabalho (GT) BNDES CEPAL +70, “com o intuito de pesquisar temas-chave de interesse das duas instituições, como a construção de novos modelos de desenvolvimento com sustentabilidade, aliando a transição de baixo carbono com produtividade e inclusão; o impulsionamento à neoindustrialização e novas políticas para o desenvolvimento produtivo, baseada na transição ecológica e na transformação digital; a reinserção da economia brasileira e latino-americanas e do Caribe nas cadeias globais de valor; o fortalecimento da integração regional; e a promoção da igualdade social, de gênero, racial, étnica, entre outras”.