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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com sede em Washington DC, anunciou neste sábado (12) que cinco países – Brasil, Argentina, México, Chile e Trindade e Tobago – indicaram candidatos para disputar a presidência da instituição. O prazo para a sugestão dos nomes acabou na sexta (11).
Agora, os indicados devem passar por sabatina, que acontecerá neste domingo (13), por parte dos governadores dos 48 países membros, que são ministros da Fazenda ou altas autoridades. As eleições estão agendadas para o próximo dia 20.
O Brasil foi o primeiro a oficializar a sua candidatura para disputar a presidência do BID, com a indicação do nome do então diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Hemisfério Ocidental, Ilan Goldfajn. Na sexta-feira, a Argentina já havia oficializado o apoio à economista e secretária de Relações Econômicas Internacionais, Cecilia Todesca Bocco.
O México nomeou o economista e vice-governador do Banco Central do país (Banxico), Gerardo Esquivel Hernández. O Chile escalou o ex-ministro da Fazenda Nicolás Eyzaguirre Guzmán, enquanto o indicador de Trindade e Tobago é Gerard Johnson.
O Brasil era considerado forte candidato a assumir a presidência do BID, mas pode perder a chance por picuinhas políticas. Isso porque o nome de Ilan foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro, mas uma ala de dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, desaprova a escolha por relacioná-lo à gestão atual.
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega chegou a enviar uma carta a países membros como por exemplo aos Estados Unidos, destinada à secretária do Tesouro, Janet Yellen, e ainda Colômbia e Chile, solicitando o adiamento das eleições para a presidência do BID. Na sexta, a própria presidente do PT, Gleise Hoffmann, defendeu a postergação, afirmando que era de “bom tom” diante da mudança de governo em andamento no Brasil.
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O regulamento do BID não prevê, porém, adiamento das eleições nem troca de candidatos. Ambos os movimentos até são possíveis como, por exemplo, na falta de quórum mínimo para a votação ou por decisão por parte dos países membros. Entretanto, já consideravam essa possibilidade como “pouco provável”.
A movimentação de uma ala do PT contra o nome do Ilan, que foi ainda presidente do Banco Central no governo de Michel Temer, acabou por prejudicar a indicação do Brasil e pode minar a sua candidatura. Agora, a presidência do BID pode ir parar nas mãos de outro no lugar de um brasileiro. Um apoio público por parte do presidente eleito Lula era aguardado para fortalecer seu nome, mas, até o momento, isso não aconteceu.
A Argentina é considerada forte concorrente e já teria obtido apoio de mais países membros, dentre eles, os EUA, de acordo com uma fonte em Washington. “Deverá ter o apoio da Colômbia e de outros países”, diz, na condição de anonimato.
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Procurado, o Tesouro dos EUA não se pronunciou aos pedidos de posicionamento.
O Brasil nunca deteve o comando do BID. Nas eleições anteriores, o governo Bolsonaro aceitou abdicar de uma candidatura ao cargo para apoiar os Estados Unidos. O indicado pelo então chefe da Casa Branca, Donald Trump, Mauricio Claver-Carone, acabou sendo demitido após um escândalo ético. Diante disso, eleições foram convocadas para a escolha de um novo presidente.
Para ser eleito à presidência do BID, o candidato precisa obter a maioria dos votos e ainda o apoio de 15 dos 28 países da região. O Brasil detém 11,3% do poder de veto, igual ao da Argentina. O maior peso, porém, está com os EUA, que têm 30%, por isso, o seu apoio é disputado pelos membros.
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Criado em 1959, o BID atua como financiador de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe. O banco concede empréstimos, subsídios, cooperação técnica e faz ainda trabalhos de pesquisas.