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O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, indicado para assumir a presidência da autoridade monetária a partir de 2025, afirmou, nesta terça-feira (8), que o órgão não tem “qualquer tipo de atribuição” sobre a regulação das apostas on-line (as chamadas “bets”) no país.
As declarações do economista foram dadas durante sabatina promovida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Galípolo precisa ter o nome aprovado tanto pela CAE quanto pelo plenário do Senado, o que deve ocorrer ainda nesta terça.
“O Banco Central não versa ou não tem qualquer tipo de atribuição sobre a regulação de bets, não é o papel do Banco Central”, disse Galípolo aos senadores.
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De acordo com o economista, a função do BC em relação a esse tema “é muito mais tentar entender qual é o impacto disso em consumo e em endividamento das famílias”.
“[Temos de entender] Como é que a gente consegue explicar a relação entre atividade econômica, despesas e o impacto para a inflação, o que se relaciona também com o tema da reforma tributária”, afirmou Galípolo.
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“É a necessidade de a gente aprofundar em estudos para saber qual é o impacto da reforma tributária nos preços de mercado, especialmente como vão se dar essas distribuições entre setores, por exemplo, serviço e indústria, e também entre consumo e investimento. Então, não é simples, até porque a gente não tem a redação final, a gente não sabe qual é a solução final. E, mesmo com a solução final, como disse já um físico, fazer projeções é sempre muito difícil, especialmente sobre o futuro”, prosseguiu.
“Então, é um processo de tentar tatear essas mudanças, mas, com certeza, é uma atenção que o Banco Central tem tomado, dado e até provocado para que meios acadêmicos e outras instituições possam fazer estudos, para que a gente possa reunir mais informações sobre esse tipo de impacto.”
De acordo com um levantamento divulgado pelo Banco Central (BC), os brasileiros gastaram cerca de R$ 20 bilhões por mês com as bets entre janeiro e agosto de 2024. Ao todo, aproximadamente 24 milhões de pessoas fizeram pelo menos um Pix para as empresas de apostas on-line nos oito primeiros meses deste ano.
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Apenas em agosto, a estimativa é a de que 5 milhões de pessoas que pertencem a famílias beneficiárias do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões às empresas de apostas on-line, utilizando o Pix. A média de valores gastos por pessoa foi de R$ 100.
Acompanhe, ao vivo, a sabatina de Gabriel Galípolo no Senado: