Avaliação e expectativa de Bolsonaro têm oscilações negativas em janeiro, mostra XP/Ipespe

Pesquisa registrou o índice mais baixo de expectativa positiva para o governo desde o início da série, em novembro de 2018

Rodrigo Tolotti

(Foto: Marcos Corrêa/PR)
(Foto: Marcos Corrêa/PR)

SÃO PAULO – Apesar de manter estável sua avaliação negativa, o presidente Jair Bolsonaro viu uma piora em sua popularidade no início de seu segundo ano de mandato, aponta a mais recente pesquisa XP/Ipespe realizada entre 13 e 15 de janeiro e divulgada nesta quinta-feira (16).

De acordo com o levantamento, no primeiro mês de 2020, 32% avaliaram a administração federal como ótima ou boa, contra 35% em dezembro (ficando dentro da margem de erro de 3,2 pontos percentuais). Ruim ou péssimo se manteve em 39%, enquanto a avaliação regular passou de 25% para 28% entre dezembro e janeiro.

No caso da expectativa dos entrevistados, também houve uma piora. 40% tem uma projeção ótima ou boa para o restante do mandato de Bolsonaro, contra 43% no mês passado. Este foi o índice mais baixo já registrado neste quesito desde o início da série em novembro de 2018.

Já a expectativa ruim ou péssima passou de 34% para 33% e a “regular” saiu de 19% em dezembro para atuais 20%.

A avaliação do Congresso também piorou em janeiro, com 9% dos entrevistados vendo como bom ou ótimo, o menor resultado desde que Bolsonaro assumiu o cargo. A avaliação negativa teve oscilação de 44% para 45%, enquanto a regular chegou a 41% este mês.

No mesmo caminho negativo, caiu de 34% para 30% o percentual da população que espera que a corrupção diminua nos próximos seis meses. Enquanto isso, saiu de 29% para atuais 32% os que enxergam a corrupção piorando. 32% acreditam que a corrupção ficará como já está hoje.

Esta também foi a primeira pesquisa em que o levantamento questionou os entrevistados sobre o impacto do apoio do governo brasileiro aos Estados Unidos. Para 55% isso terá consequências negativas para o país, enquanto 32% enxergam consequências positivas deste apoio. 3% acreditam que não haverá impacto e 10% não sabe ou não respondeu.

A pesquisa registrou também que os partidos políticos continuam como a instituição que menos desperta confiança da população, sendo que apenas 6% dizem confiar nas legendas, contra 89% que não confiam. O percentual vem caindo desde dezembro de 2018, quando 10% diziam depositar confiança neles.

Enquanto isso, a Presidência da República registrou um salto expressivo de desconfiança: em dezembro de 2018, antes da posse de Bolsonaro, eram 36% os que diziam confiar no Executivo. Esse número saltou para 45% no quarto mês de seu mandato e voltou a 37% agora.

Entre as instituições que mais têm a confiança da população, 63% dos entrevistados disseram confiar nas Forças Armadas, 55% na Igreja Católica e 53% na Organização das Nações Unidas (ONU).

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.