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Inicialmente prevista para esta quarta-feira (5), a audiência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), com o papa Francisco foi remarcada para quinta-feira (6).
O ministro encontrará o sumo pontífice da Igreja Católica às 8 horas, no horário local (3 horas, pelo horário de Brasília).
O chefe da equipe econômica afirmou que, na conversa com Francisco, vai “trazer o abraço do presidente Lula e mantê-lo a par dos propósitos do Brasil”.
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Ainda segundo o ministro da Fazenda, a ideia é colocar o governo brasileiro à disposição do papa “para os temas que são tratados pelo Vaticano e dizem respeito ao sentimento dos brasileiros por um mundo mais fraterno, por um mundo de paz, por um mundo de liberdade”. “Será uma viagem muito proveitosa”, completou Haddad.
O embarque de Haddad ao Brasil está previsto para quinta-feira, com chegada a São Paulo (SP) à noite, pelo horário de Brasília.
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Taxação dos “super-ricos”
Um dos temas que serão abordados na reunião com o papa Francisco é a taxação global dos chamados “super-ricos” – Haddad pretende angariar apoio do pontífice para a proposta, que é defendida pelo governo do Brasil.
No fim do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que mudou as regras de tributação para aplicações financeiras mantidas por brasileiros no exterior e instituiu a cobrança do chamado “come-cotas” para fundos exclusivos.
A proposta de taxação internacional levantada pelo Brasil vem sendo discutida no âmbito do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana.
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Nesta quarta-feira, Haddad encontrou-se com o ministro da Economia e Finanças da Itália, Giancarlo Giorgietti. Os dois conversaram sobre a situação geopolítica global e sobre a proposta do Brasil de taxar os super-ricos em até 2% dos rendimentos sobre o patrimônio.
Em publicação nas redes sociais, Haddad afirmou que a proposta atinge poucas pessoas em todo o planeta, mas tem força suficiente para reduzir a desigualdade e enfrentar o aquecimento global.
“A proposta de taxação dos super-ricos para combater a fome e as mudanças climáticas implica numa cooperação global para além das relações bilaterais entre blocos e países. São apenas 3 mil super-ricos em todo mundo”, escreveu o ministro.
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Conferência
Além de se encontrar com o colega italiano, Haddad participou da conferência Enfrentando a Crise da Dívida no Sul Global, organizada pela Universidade de Columbia e pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais, ligada ao Vaticano. O ministro destacou o compromisso do Brasil com a busca de soluções para a crise da dívida pública enfrentada por países em desenvolvimento.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), dos 68 países de menor renda, 9 não conseguem pagar a dívida externa e 51 estão com risco moderado ou alto de entrar em moratória. De acordo com a Organização das Nações Unidas, 19 países em desenvolvimento gastam mais em juros da dívida pública do que com educação e 45, mais do que com a saúde. Conforme a Pontifícia Academia de Ciências Sociais, o problema piorou após a pandemia de Covid-19.
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(Com Agência Brasil)