As invasões de bolsonaristas golpistas na Câmara dos Deputados e no Senado deixou um prejuízo de aproximadamente R$ 7 milhões aos cofres públicos. A estimativa foi divulgada pelas duas Casas Legislativas na tarde de segunda-feira (9), e inclui os gastos de reposição de móveis, computadores, impressoras e também despesas para restaurar obras de arte em exposição.
O orçamento do Congresso Nacional se abastece de verba gerada por impostos e repassada pelo Tesouro Nacional. Câmara dos Deputados e Senado dividem áreas em comum no Edifício Palácio do Congresso Nacional. Por abrigar a maior parte de parlamentares, as dependências da Câmara são em uma área maior.
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No prédio do Senado, o custo para recuperar a estrutura da Casa deve alcançar a quantia de R$ 4 milhões. Boa parte das vidraças externas e internas foram quebradas; um painel de Athos Bulcão foi danificado e uma tapeçaria de Burle Marx atingida por urina. Equipamentos que realizam raio-x para reforçar a segurança de visitantes também não escaparam da ação dos vândalos. Os invasores também violaram mangueiras de combate a incêndio.
Entre as obras de arte atacadas estão cinco quadros pintados expostos na mostra sobre ex-presidentes da Casa, no Museu do Senado, e também uma tela do artista gaúcho Guido Mondim, arrancada de uma moldura. Entre relíquias vandalizadas está um tinteiro de bronze da época do império.
Cadeiras, poltronas e outros móveis, inclusive uma mesa da época do Palácio Monroe, que abrigava o Senado quando a capital da República era sediada no Rio de Janeiro, foram danificadas.
A divisão de vidro entre o Salão Azul (Senado) e o Salão Verde (Câmara) também sofreu com a ação dos vândalos e foi estilhaçada, assim como a maquete que oferece uma noção panorâmica da estrutura das duas Casas.
Na galeria dos presentes, onde estão expostos itens oferecidos por chefes de Estado, representações diplomáticas, assembleias estaduais e câmaras municipais, entre outras instituições, peças representativas da diversidade artística, cultural e histórica de várias partes do mundo foram destruídas ou simplesmente desapareceram. Dos 46 presentes protocolares expostos no Salão Verde, seis estão desaparecidos ou irrecuperáveis. Muitos foram encontrados com danos pontuais que poderão ser restaurados.
Pérola do Catar – objeto de ouro presenteado pela Embaixada do Catar – e uma bola autografada por Neymar, além de um vaso de porcelana chinês estão entre os objetos levados pelos invasores golpistas.
Na Câmara, o vandalismo atingiu a rampa do Congresso Nacional, plataforma superior – área das cúpulas, varanda frontal, Salão Negro, Salão Branco (Chapelaria), Salão Verde, Plenário Ulysses Guimarães, Hall das Secretarias, corredores das lideranças (pisos inferior e superior), sala do Colégio de Líderes, liderança do PT e liderança do PSDB.
Relatório preliminar estima que prejuízo com invasão ultrapassa os R$ 3 milhões. Nesta estimativa está a reposição de 400 computadores destruídos no ataque e duas viaturas usadas pela Polícia Legislativa danificadas. A quebra de vidros nas fachadas e internamente, deve custar aproximadamente R$ 100 mil. Também foi afetado o tapete do Salão Verde, inundado pelo uso de hidrantes pelos invasores. Segundo a Agência Câmara, a área de carpete atingida compreende 100m², com um custo de R$ 20 mil somente em material novo para o reparo dos danos, que também pequenos pontos vandalizados com pequenos focos de incêndios e urina.
No Colégio de Líderes, foram danificados dois monitores. Lideranças partidárias tiveram pelo menos três TVs danificadas. Outros bens danificados foram mesas de vidro do Salão Verde, cadeiras do Colégio de Líderes, cadeiras operacionais das lideranças do PSDB e do PT (queimadas pelos invasores) e mesa de telefone antiga quebrada no Colégio de Líderes.
Técnicos da Câmara e do Senado afirmam que não é possível ter um levantamento fechado de todos os objetos danificados ou prazos para a restauração das obras de arte que compõem o acervo artístico e arquitetônico dos dois edifícios do Congresso Nacional, já que algumas apresentam particularidades que só poderão ser restauradas pelos próprios artistas que as criaram.
(Com Agência Câmara e Agência Senado)