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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, classificou como terrorismo o atentado contra o prédio da Corte, na última quarta-feira (13), em Brasília (DF).
Na ocasião, um homem identificado como Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, morreu após detonar explosivos em direção à Suprema Corte. A Polícia Federal (PF) investiga duas hipóteses principais para o caso: terrorismo e de ataque ao Estado Democrático de Direito.
O inquérito instaurado pela corporação foi encaminhado ao Supremo, pela suposta conexão com outras apurações semelhantes em andamento – como os atos violentos de 8 de janeiro de 2023, também em Brasília.
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Em entrevista à CNBC Brasil, no domingo (17), Barroso classificou o atentado como “tipicamente terrorista” e de “imensa gravidade”.
“Milhares de pessoas, mancomunadas pela rede social, invadiram as sedes dos Três Poderes e depredaram tudo que encontraram pela frente, jogaram água, tacaram fogo [no 8 de janeiro]. Se você naturaliza isso, acho que a gente não vai criar o país que a gente gostaria de criar. E, o que é pior, o próximo que perder [as eleições] pode fazer a mesma coisa, já que foi naturalizado”, afirmou o presidente do STF.
Na semana passada, após os ataques em frente ao Supremo, Barroso já havia se manifestado e criticado a possibilidade de anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, como defendem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados no Congresso Nacional.
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“Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, disse o presidente do Supremo, na ocasião. “Onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para a escuridão do ódio, da agressividade e da violência?”, questionou o magistrado.
As explosões
Duas explosões ocorreram com um intervalo de menos de meio minuto em Brasília, no início da noite da última quarta-feira (13). A primeira, em um carro estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados, e a segunda, em frente ao próximo ao prédio do STF.
Francisco tentou entrar no STF antes das explosões. Ele lançou um explosivo sob a marquise do STF e, ao ser abordado por um segurança, exibiu dispositivos presos ao corpo, se deitou e acionou um explosivo posicionado na cabeça.
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De acordo com o boletim da Polícia Civil, Francisco Wanderley Luiz era conhecido como “Tiu França”. Ele era dono do carro com explosivos e foi candidato a vereador em 2020, pelo PL, em Rio do Sul (SC), mas não se elegeu. Seu veículo tem placa de Santa Catarina.
Francisco também mantinha uma presença ativa nas redes sociais, onde publicava conteúdos conspiratórios e expressava opiniões anticomunistas, algumas alinhadas com teorias de extrema-direita, como o movimento QAnon.
Nos dias anteriores ao ataque, Francisco publicou mensagens ameaçadoras dirigidas à PF e ao STF, onde fazia referências a explosivos e desafios à segurança das instituições.