Ato por anistia reúne Bolsonaro, apoiadores e manifestantes no Rio de Janeiro

Ato acontece na orla de Copacabana na manhã deste domingo

Giovanna Sutto Agência Brasil

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Na manhã deste domingo (16), manifestantes estão reunidos em Copacabana, Rio de Janeiro, para acompanhar um ato em defesa da anistia para os envolvidos no 8 de janeiro.

O ato conta com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e várias autoridades como os governadores Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, e Mauro Mendes (União), do Mato Grosso.

O objetivo do protesto é pressionar o Congresso Nacional a aprovar o projeto que concede anistia aos envolvidos nos atos extremistas.

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Nas redes sociais, o ex-presidente publicou uma foto ao lado dos governadores mencionados acima. Na legenda da foto no X, ele escreveu: “Juntos pela anistia aos presos políticos”.

(Reprodução/X)

Análise

O ato ocorre em meio à expectativa do julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Nos dia 25 e 26 de março, O STF irá decidir se vai acatar ou não a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a suposta tentativa de Golpe de Estado de 8 de janeiro. Serão três turnos de julgamento e Bolsonaro é um dos 34 denunciados.

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Em análise, juristas ouvidos pela Agência Brasil, consideram que anistiar crimes contra a democracia é preocupante. Para Gustavo Sampaio, professor de Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF), a anistia seria um mau exemplo para o país.

A professora de Direito Penal da Fundação Getulio Vargas em São Paulo (FGV) Raquel Scalcon afirma que é difícil sustentar a legitimidade de uma anistia a pessoas que atentaram contra o Estado Democrático de Direito.

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Fotos do ato

Manifestantes se reúnem para apoiar o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Brasil, 16 de março de 2025. (REUTERS/Pilar Olivares)
Apoiadores se reúnem em torno do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Brasil, 16 de março de 2025. (REUTERS/Pilar Olivares)
Jair Bolsonaro acena acima de uma faixa com uma imagem do presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto manifestantes se reúnem para apoiá-lo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Brasil, 16 de março de 2025. (REUTERS/Pilar Olivares)
Manifestantes se reúnem em defesa da anistia do 8 de janeiro de 2023 na praia de Copacabana, RJ, 16 de março de 2025. (REUTERS/Pilar Olivares)

O 8 de janeiro

Uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro de 2023, manifestantes que estavam acampados em frente ao Quartel General do Exército Brasileiro, em Brasília, se reuniram com militantes de outros locais na Esplanada dos Ministérios e avançaram, sem ser impedidos pela Polícia Militar do Distrito Federal, contra os prédios da Praça dos Três Poderes, invadindo as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

Criminosos promoveram atos de vandalismo que destruíram mobiliário, obras de arte e objetos históricos, além de gabinetes, vidraças, equipamentos eletrônicos e outros bens que encontraram pelo caminho.

A destruição foi transmitida ao vivo pela imprensa e causou choque e indignação em autoridades e na sociedade civil. Mais de 1,4 mil pessoas foram presas, e o Ministério Público Federal ofereceu denúncias contra 1,7 mil envolvidos nos ataques.

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Até dezembro de 2024, 370 pessoas já haviam sido condenadas pelos crimes relacionados ao ataque, entre eles golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado. Além disso, mais de 500 pessoas haviam assinado acordos na Justiça. No último dia 7, mais 63 pessoas foram condenadas a penas que chegam a 14 anos de prisão

A Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República afirmam que o atentado fez parte de uma tentativa de golpe de Estado articulada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, que foram indiciados e denunciados à Justiça.

Segundo o relatório da PF e a denúncia da PGR, o episódio se insere em uma cronologia que incluiu a deslegitimação das urnas eletrônicas, os acampamentos em frente a quartéis para mobilizar as Forças Armadas, ataques nas redes sociais a comandantes que não apoiassem o golpe e até mesmo planos para assassinar o presidente da república, o vice e o ministro do STF Alexandre de Moraes. 

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Quando a denúncia foi revelada, o advogado de defesa de Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, divulgou nota na qual afirma que o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”. Segundo ele, nenhum elemento que conectasse minimamente o presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado. “Não há qualquer mensagem do então presidente da República que embase a acusação”.

Giovanna Sutto

Responsável pelas estratégias de distribuição de conteúdo no site. Jornalista com 7 anos de experiência em diversas coberturas como finanças pessoais, meios de pagamentos, economia e carreira.