AtlasIntel: Boulos lidera em SP, mas vê vantagem sobre Nunes cair pela metade

Levantamento feito pela internet diverge dos resultados de outros institutos; no segundo turno, quadro é de empate entre Boulos e Nunes

Marcos Mortari

Imagem: YouTube
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A menos de 2 meses do primeiro turno, uma nova rodada da pesquisa AtlasIntel mostra que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) lidera a corrida eleitoral pela prefeitura de São Paulo — porém, a uma vantagem menor sobre seus adversários do que nos levantamentos anteriores feitos pelo instituto.

O levantamento, realizado entre os dias 2 e 7 de agosto, aponta que a distância de Boulos para o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição, saiu de 16 pontos percentuais em maio, passou para 13 p.p. E agora chega a 8 pontos. Os dois foram os candidatos que apresentaram maiores variações de intenções de voto no período. Os resultados, no entanto, divergem de outros institutos.

Segundo a pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (8) — data em que a TV Bandeirantes realiza o primeiro debate entre os candidatos a partir das 22h —, Boulos agora tem 33% das intenções de voto em cenário estimulado (ou seja, quando nomes de candidatos são apresentados aos entrevistados). O resultado indica uma tendência de queda do parlamentar, que tinha 37% em maio e oscilou para 36% em junho.

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Já Nunes apresenta uma clara tendência de crescimento, saindo de 21% em maio, passando para 23% dois meses atrás e agora chegando a 25%. A pesquisa AtlasIntel foi feita pela internet e tem margem máxima de erro estimada em 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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No segundo pelotão da disputa a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e o empresário Pablo Marçal (PRTB) voltaram a aparecer numericamente empatados — mesmo cenário de maio, mas desta vez com 11% das intenções de voto cada um (ante 10% naquele mês). Os dois estão em condição de empate técnico com o apresentador José Luiz Datena (PSDB), que é apoiado por 9%.

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A pesquisa AtlasIntel também mostra que outros candidatos vêm perdendo terreno antes mesmo do início do período de campanha e do horário de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. Hoje eles somam 4% das intenções de voto — o equivalente a 1/3 do que tinham três meses atrás. O desempenho atual basicamente retrata o apoio aos candidatos Marina Helena (Novo) e Ricardo Senese (UP), com 3,5% e 0,7%, respectivamente. Já os brancos, nulos e indecisos foram de 2% para 7% no período.

O levantamento testou, ainda, a avaliação dos eleitores sobre as gestões de Ricardo Nunes, na prefeitura, de Tarcísio de Freitas (Republicanos), no governo de São Paulo, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O prefeito mantém o índice mais baixo de aprovação (31%) entre os três e o mais elevado de desaprovação (60%). Do lado oposto está Tarcísio, seu cabo eleitoral, aprovado por 50% e reprovado por 45%. Já Lula tem sua gestão avaliada positivamente por 45% dos entrevistados e negativamente por 51%.

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A AtlasIntel também testou 6 cenários de segundo turno. Segundo o levantamento, Boulos derrotaria Pablo Marçal (44% a 35%), Datena (40% a 30%), e Tabata Amaral (38% a 27%). Ja contra Nunes, o cenário é de empate (42% a 42%).

O atual prefeito, por sua vez, venceria Datena (39% a 29%) se a eleição fosse hoje, mas perderia para Tabata (38% a 43%).

Como é feita a pesquisa AtlasIntel?

A pesquisa AtlasIntel realizou 2.037 entrevistas por meio da tecnologia conhecida como Random Digital Recruitment (RDR), na qual os entrevistados são recrutados organicamente durante a navegação de rotina na web em territórios geolocalizados em qualquer dispositivo (smartphones, tablets, laptops ou PCs).

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Esse tipo de pesquisa costuma ser mais acessível em termos de preço comparado a levantamentos face a face ou mesmo por telefone, mas há controvérsia na academia sobre o risco de possível “viés de seleção” dos entrevistados.

Por outro lado, a AtlasIntel argumenta que tal modelo, em comparação com pesquisas presenciais domiciliares ou em pontos de fluxo, “evita o eventual impacto psicológico da interação humana sobre o respondente” e favorece a coleta de respostas mais fidedignas.

Já em comparação com o modelo telefônico, o instituto diz que os levantamentos pela internet permitem “um mapeamento granular de padrões de não resposta, de modo que os vieses decorrentes de taxas variáveis de não resposta possam ser adequadamente tratados durante o processo de construção de cada amostra”.

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A pesquisa divulgada nesta quinta-feira sobre a disputa em São Paulo foi feita com recursos próprios do instituto e está registrada na Justiça Eleitoral com o código SP-05924/2024.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.