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Chocou o país na última sexta-feira (8) o assassinato a sangue frio de um empresário ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Antônio Vinicius Lopes Gritzbach era ex-corretor de imóveis e delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), e suas relações com o crime organizado vieram à tona desde então, em meio a uma investigação que considera possível queima de arquivo. Entenda a seguir os principais aspectos do caso e o que se sabe até agora.
Quem era Antônio Vinicius Lopes Gritzbach?
Segundo apurou a TV Globo, Gritzbach iniciou sua carreira como corretor de imóveis na zona leste de São Paulo e, ao longo dos anos, se envolveu com o PCC, atuando em esquemas de lavagem de dinheiro para a facção. De acordo com a Polícia Federal, ele teria ajudado o grupo a movimentar R$ 30 milhões, em especial por meio da compra e venda de imóveis e postos de gasolina. Em 2021, ele foi apontado como mandante do assassinato de Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, líder da facção. O crime teria ocorrido após uma disputa envolvendo um investimento em criptomoedas.
Como ocorreu a execução
O assassinato de Gritzbach ocorreu por volta das 16h de sexta-feira (8), no Terminal 2 do aeroporto, quando ele foi abordado por dois homens encapuzados. Segundo o boletim de ocorrência, foram disparados ao menos 29 tiros de diversos calibres, dos quais 10 atingiram Gritzbach, inclusive no rosto, tórax e costas. Um motorista de aplicativo que estava no local também foi baleado e morreu no dia seguinte, enquanto outras duas pessoas ficaram feridas no tiroteio.
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Mala de joias milionária
No momento de sua execução, o empresário carregava na bagagem joias avaliadas em mais de R$ 1 milhão, com certificados de joalheiras de luxo como Bulgari e Cartier. Entre os itens estavam anéis, pulseiras, colares e brincos. A Polícia Civil investiga se as joias têm relação com o assassinato ou se faziam parte do pagamento de uma dívida que ele teria ido cobrar em Maceió, de onde retornava com sua namorada.
Além das joias, foram apreendidos outros objetos de valor, como um relógio Rolex, um celular e um notebook da marca Apple, além de R$ 620 em dinheiro.
Delação e ameaças
Nos últimos meses, Gritzbach firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, no qual forneceu informações detalhadas sobre esquemas internos do PCC e corrupção policial. Durante os depoimentos, obtidos pela TV Globo, ele mencionou que foi sequestrado e ameaçado de morte por integrantes da facção. Em dezembro de 2023, logo após sua primeira reunião com o MP, ele sofreu um atentado a tiros no apartamento onde estava.
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Mesmo com as ameaças, Gritzbach recusou o apoio do Programa de Proteção a Testemunhas, preferindo uma escolta policial, o que, segundo o promotor Lincoln Gakiya, não era viável por falta de previsão legal. Segundo Gakiya, “ele era um arquivo vivo, alguém que se envolveu com o crime organizado”.
Suspeitas de corrupção policial
Oito dias antes de ser morto, Gritzbach denunciou à Corregedoria da Polícia Civil que havia sido roubado por policiais civis. Ele relatou que, durante sua primeira prisão, investigadores levaram de sua casa uma coleção de relógios de luxo, devolvida posteriormente com cinco peças a menos. Ele reconheceu um desses relógios em fotos nas redes sociais de um dos policiais, que foram apagadas após a denúncia.
O depoimento sobre essa denúncia foi incluído em seu acordo de delação, e o caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil.
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Linhas de investigação
A principal hipótese investigada pela polícia é de que o assassinato tenha sido uma queima de arquivo para impedir que ele revelasse mais informações sobre o PCC e esquemas de corrupção envolvendo policiais. Lincoln Gakiya, do Ministério Público, afirmou que todas as linhas de investigação estão sendo consideradas e que o MP acompanhará o caso de perto.
(Com TV Globo e G1)