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Poucos dias depois de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recuar da votação do PL das Fake News na Câmara dos Deputados e sofrer uma derrota em plenário com a aprovação de projeto que susta os efeitos de decreto sobre o saneamento básico, a percepção de investidores sobre a capacidade de aprovação de agenda do Poder Executivo no parlamento piorou.
É o que mostra pesquisa Genial/Quaest com representantes do mercado financeiro, divulgada nesta quarta-feira (10). Segundo o levantamento, em um intervalo de dois meses, foi de 33% para 10% o grupo de entrevistados que veem altas condições de o governo fazer valer sua agenda de interesses no Congresso Nacional.
Do lado oposto, os que avaliam como baixo esse potencial saltou de 20% para 39%. Para a maioria (51%), no entanto, ela continua regular – o que corresponde a uma variação positiva de 4 pontos percentuais em relação aos números da última pesquisa, realizada em março.
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Nos últimos dias, em razão dos tropeços na articulação política, cresceu a pressão sobre o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Ele chegou a ser publicamente cobrado por Lula em reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), o chamado “Conselhão”, mas também foi bancado no cargo pelo mandatário.
A tendência observada nos bastidores é que Lula passe a se envolver mais diretamente com as articulações junto a lideranças parlamentares. Além disso, a ala política do governo marcou uma série de reuniões com os comandos de partidos aliados e com representantes na Esplanada dos Ministérios para cobrar maior apoio nas votações. As legendas, por sua vez, pedem a liberação de emendas parlamentares e a distribuição de espaços de segundo e terceiro escalões em órgãos públicos estratégicos.
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O levantamento Genial/Quaest também mostrou que segue elevada a percepção negativa dos investidores entrevistados em relação ao governo Lula: 86%. Em março, eram 90%. As avaliações positivas foram de 0% para 2% no intervalo de dois meses, ao passo que as regulares, de 10% para 12%.
Para a pesquisa, foram realizadas 92 entrevistas com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro de fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 4 e 8 de maio.
A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas online através da aplicação de questionários estruturados.