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SÃO PAULO – Se antes o PT mirava a “artilharia” no ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o seu ajuste fiscal (estratégia que se revelou fracassada), agora o alvo é outro. E bem conhecido dos petistas, conforme informa o jornal Valor Econômico de hoje.
Trata-se do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini e a sua política monetária, mais “hawkish” (dura), diferenciando-se e muito das medidas adotadas no primeiro governo Dilma, quando também era presidente da autoridade monetária.
Grupos do PT entendem que Tombini adotou uma estratégia demasiadamente dura de elevação de juros, o que poderia provocar a maior destruição de empregos da história recente do Brasil.
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Inclusive, afirmam, até mesmo economistas ortodoxos de bancos de investimento questionam a atuação recente do Banco Central. E, realmente, esta discussão está no radar dos mercados: muito se avalia se a alta dos juros pode deprimir ainda mais a economia.
Além disso, muito se contesta também sobre o impacto da alta da Selic para além da atividade, mas também sobre as contas públicas. Quando houve o último aumento de 0,5 ponto percentual na Selic, a dívida interna foi elevada em R$ 11 bilhões, o que pode levar ao aumento da dívida pública e enfraquecer as premissas para que o Brasil continue com grau de investimento.
Setores do PT fazem a análise de que a economia brasileira passa por uma fase de ajustes de preços relativos, que levará a taxa de inflação para 9% este ano, um projeto já previsto pelo mercado e que “já estava na conta”.
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Desta forma, a avaliação é de que Tombini deveria ter adotado uma estratégia de mais longo prazo para fazer a inflação convergir para o centro da meta a um custo menor para o emprego e para a atividade econômica.